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Após idas e vindas, Barty encerra carreira no auge
23/03/2022 às 10h23

Tão sonhado título de Wimbledon veio em 2021 e foi o segundo dos três Slam que conquistou

Foto: Arquivo
Felipe Priante

Um dos grandes nomes de sua geração, a australiana Ashleigh Barty surpreendeu o mundo ao anunciar sua aposentadoria nesta quarta-feira. Com apenas 25 anos de idade, liderando o ranking da WTA e recém-saída de sua terceira conquista de Grand Slam, ela preferiu deixar de lado todo o ônus e o bônus de ser uma atleta de elite no tênis. “Sei o quanto de trabalho isso exige, mas senti que não tenho mais essa energia. Não tenho mais nada a dar”, explicou em sua despedida.

Barty começou a jogar tênis aos quatro anos no West Brisbane Tennis Centre, sob o olhar atento do técnico Jim Joyce, que geralmente não treina crianças tão pequenas, mas abriu uma exceção devido ao incrível potencial da garotinha. Dez anos depois, em 2010, a australiana iniciou a carreira profissional em um evento em Ipswich, onde foi derrotada logo na estreia. Porém, em seu torneio seguinte ela chegou às semifinais.

Em 2011 ‘Ash’ dá o primeiro grande sinal de tudo o que poderia alcançar ao vencer seu primeiro Grand Slam no juvenil, faturando a taça de Wimbledon. Aos poucos ela vai fazendo sua transição para o profissionalismo e a dupla ganha destaque primeiro. Junto com a compatriota Casey Dellacqua faz três finais de Grand Slam em 2013 (Australian Open, Wimbledon e US Open) e conquista seu primeiro título profissional, em Birmingham.

Mas a pressão mental do circuito faz com que a australiana resolva fazer uma pausa no tênis em setembro de 2014. A paixão pelo críquete leva Barty a assinar com o time de Brisbane para a primeira edição da liga local. Um ano e meio após sua pausa do tênis, Barty anuncia o retorno ao circuito. Em 2017 surgem as primeiras finais individuais (Birmingham e Wuhan) e o primeiro título, em Kuala Lumpur.

Após altos e baixos, idas e vindas, Barty enfim alcança a glória máxima em 2019, ano em que fatura seu primeiro Slam, batendo a tcheca Marketa Vondrousova para se tornar a primeira mulher australiana em 46 anos a vencer Roland Garros, e também assume a liderança do ranking pela primeira vez, com apenas 23 anos, duas semanas após a conquista no saibro parisiense.

A pandemia do coronavírus afastou Barty das competições mais uma vez. Ela não voltou após a pausa no circuito, não jogou o US Open de 2020 e não foi a Paris para defender o título em Roland Garros. Os 11 meses de afastamento não atrapalharam a australiana, que voltou com tudo em 2021, mantendo sua liderança do ranking e conquistando o tão sonhado título de Wimbledon para se tornar a primeira de seu país a vencer o tradicional torneio londrino em 41 anos.

Barty fechou a temporada passada passada mais uma vez na liderança e largou em 2022 com seu terceiro título de Grand Slam, encerrando um jejum de 42 anos sem títulos da casa na chave feminina do Australian Open. Desde então ela seguiu afastada do circuito, pulou os importantes torneios de Indian Wells e Miami, até que nesta quarta-feira anunciou que está deixando o tênis com seus 15 títulos de simples, 12 de duplas e 121 semanas como número 1.

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