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Andreescu ajuda mulheres vítimas de violência
30/04/2022 às 09h57

Andreescu passou sete meses afastada das competições e aproveitou o período para fazer trabalho voluntário

Foto: Jimmie48/WTA

Madri (Espanha) - De volta ao circuito depois de um afastamento de sete meses das competições, Bianca Andreescu falou sobre as atividades que fez fora das quadras durante este período. A campeã do US Open de 2019 e ex-número 4 do mundo aproveitou o tempo para fazer trabalhos voluntários, especialmente em um abrigo para mulheres vítimas de violência doméstica. A canadense também trabalhou para um hospital infantil em seu país e reitera o desejo de utilizar o tênis para construir um mundo melhor.

"Eu fiz alguns trabalhos de caridade que me fazem retomar o meu objetivo principal, que é ajudar os outros. Quero usar minha plataforma, que é o tênis, para isso. Então, estar nessa posição realmente me lembrou por que eu realmente pratico o esporte", comentou Andreescu após sua vitória na estreia do WTA 1000 de Madri sobre Alison Riske, por 6/4, 3/6 e 6/0. Ela enfrenta a norte-americana Danielle Collins, oitava do ranking, na segunda rodada.

"Fiz principalmente trabalhos voluntários. Fui voluntária em um abrigo para mulheres contra violência doméstica e também fui em um hospital infantil. Fiz alguns vídeos para os pacientes e só de ver as reações deles eu ganhava o dia. Então eu sou muito grata por essa experiência", acrescentou a canadense, que disputa apenas seu segundo torneio na temporada. Há uma semana, jogou em Stuttgart e chegou às oitavas.

Andreescu foi perguntada sobre a escolha pelo tema das mulheres em situação de violência. "Sinto que é algo que não era discutido com frequência e que está começando a ser mais discutido agora. Há muito mais consciência sobre isso. Conheço algumas pessoas na minha vida que passaram por algo assim e é uma das experiências mais traumáticas que alguém pode viver.

"Não vou entrar em detalhes, mas me senti super conectada com isso. Quem sabe, talvez um dia eu crie meu próprio projeto. Tenho muitas ideias que ainda não sei exatamente se vou fazer isso ou aquilo ou aquilo, mas definitivamente tenho ideias, e estar nesse ambiente me ajuda a chegar a essa decisão", relatou a jogadora de 21 anos. "Conversei com algumas mulheres e suas histórias sobre o que elas passaram, e se eu entrar em detalhes vou chorar porque é a coisa mais triste de todas. São coisas absurdas. Não acredito que nenhum ser humano tenha que passar por isso".

"Estar nesse ambiente me faz apreciar minha vida. Como eu disse antes, o tênis é apenas uma plataforma que eu amo para ajudar e contribuir para um mundo melhor de certa forma", complementou a atual 111ª do ranking.

A canadense também espera ver um trabalho de conscientização dentro do próprio circuito. Ela se lembrou do recente relato da ex-top 3 Pam Shriver sobre um relacionamento abusivo com seu primeiro treinador. "Mesmo em um ambiente esportivo, talvez existam casos aqui e ali. Nunca passei por algo assim. Mas a Pam [Shriver] falou sobre isso. Tenho certeza de que apenas por esse exemplo, muitas mulheres podem se sentir mais à vontade para falar sobre isso e, você sabe, obter a justiça que merecem".

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