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Santoro: 'Chance de francês nas oitavas é quase zero'
21/05/2022 às 12h20

O ex-top 20 comentou sobre o fato de nenhum francês ser cabeça de chave em Paris, o que não acontecia há 42 anos

Foto: Reprodução/Instagram
Matheus Fonseca, de Paris
Especial para TenisBrasil

Após a desistência de Gael Monfils por causa de um esporão de calcâneo no calcanhar direito, a França não terá pela primeira vez desde 1980 um representante sequer entre os cabeças de chave de Roland Garros, tanto na chave masculina quanto na feminina.

Entre os homens, dos 15 tenistas do país anfitrião nesta edição do torneio, apenas um aparece hoje no top 50 do ranking, Ugo Umbert (45). Além dele, outros sete estão no top 100 (Benjamin Bonzi, Arthur Rinderknech, Benoit Paire, Hugo Gaston, Adrian Mannarino, Richard Gasquet e Quentin Halys), cinco no top 200 (Corentin Moutet, Manuel Guinard, Gilles Simon, Lucas Pouille e Geoffrey Blancaneaux) e dois no top 300 (Gregoire Barrere e Jo-Wilfried Tsonga).

Na chave feminina a situação é bem parecida. Alizé Cornet é a única top 50 da lista, na 40ª posição, e é acompanhada por Caroline Garcia, Oceane Dodin, Clara Burel e Diane Parry entre as 100 melhores. O top 200 tem Clhoe Paquet, Kristina Mladenovic, Harmony Tan, Fiona Ferro e Tessah Andrianjafitrimo, enquanto Elsa Jacquemot, Leolia Jeanjean e Carole Monnet aparecem entre as 300 mais bem colocadas da WTA.

Marca negativa também em Roma
Na preparação para Roland Garros, o tênis francês já havia vivido outro momento de baixa na atual temporada. Com as derrotas de Benoit Paire, Adrian Mannarino e Ugo Humbert no qualificatório para o Masters 1000 de Roma, o país não teve nenhum jogador na chave principal masculina do torneio italiano pela primeira vez desde 1971.

Vale lembrar ainda que o último francês campeão de Grand Slam foi Yannick Noah, em Roland Garros-1983. Entre as mulheres, o jejum chegou a 28 anos, entre o título de Françoise Durr em Paris, no ano de 1967, e Mary Pierce no Australian Open de 1995. Depois disso, a própria Pierce levantou o troféu em casa, no ano 2000, Amélie Mauresmo, hoje diretora de Roland Garros, triunfou em Melbourne e Wimbledon em 2006 e Marion Bartoli se sagrou campeã na grama sagrada de Londres em 2013.

Santoro culpa FFT
Ex-número 17 do mundo e hoje consultor de mídia, Fabrice Santoro afirma que a chance de um jogador francês passar da terceira rodada em Paris é quase zero. “Sempre podemos esperar, mas não ter jogadores franceses na segunda semana seria o mais lógico. Estamos em um ponto baixo. Desde o final da década de 1980 não consigo me lembrar de um ano tão ruim”, disse.

Para o “Mágico”, como era conhecido, parte da culpa dessa fase ruim passa diretamente pela Federação Francesa de Tênis (FFT). “Não é uma questão de sorte. A FFT tem os meios para fazer muito melhor. Alguns países se saem melhor com 10 vezes menos [dinheiro, infraestrutura e oportunidades]. Alguma coisa não está certa”, indica.

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