Paris (França) - A partida que encerrou a programação desta quinta-feira em Roland Garros atendeu exatamente as expectativas dos fãs que lotaram a quadra Philippe Chatrier. Alizé Cornet e Jelena Ostapenko são duas jogadoras que sempre se envolvem muito com torcida nos torneios, e com uma jogadora da casa em quadra, o público empurrou Cornet desde o início. Mesmo sofrendo com alguns problemas físicos no terceiro set, a experiente francesa de 32 anos não decepcionou os fãs e venceu por 6/0, 1/6 e 6/3 em 1h43 de partida.
Cornet faz sua 18ª participação seguida em Roland Garros, torneio que disputa desde 2005 e tenta chegar apenas pela terceira vez às oitavas. A ex-número 11 e atual 40ª do ranking conseguiu no início da temporada alcançar às quartas de final de um Grand Slam pela primeira vez na carreira, jogando na Austrália. Já Ostapenko, ex-top 5 e campeã em Paris em 2017, é a atual 13ª do ranking.
"Meu adutor está sempre no limite, e eu dei tudo de mim nessa partida. Corri muito para para vencer, e às vezes foi um pouco difícil, porque não tenho mais 20 anos. Mas na minha idade estou surpresa. Ainda tenho boas qualidades atléticas, e neste jogo isso fez uma grande diferença", disse Cornet sobre os problemas físicos que teve no fim do jogo.
Allez 🇫🇷@alizecornet knocks out 2017 champion in Jelena Ostapenko 6-0, 1-6, 6-3 to progress to the third round.#RolandGarros pic.twitter.com/rfQDvfwMwJ
— Roland-Garros (@rolandgarros) May 26, 2022
'Essa é a vantagem de jogar em casa', diz Cornet
"Quando entrei na quadra, não esperava tanta gente. Fiquei positivamente surpresa, e eles estavam muito entusiasmados. Desde o primeiro até o último ponto eles não pararam de me apoiar, eles me carregaram. No terceiro set fez a diferença porque eles me deram muita energia e minha adversária estava um pouco irritada", avaliou a francesa sobre o comportamento da torcida.
"O público francês é bastante duro, então é melhor tê-lo do seu lado do que contra você. Eles vaiam facilmente. Eles incomodam os jogadores e, quando a torcida não está do seu lado, pode ser muito difícil. Essa é a vantagem quando você é um jogador francês. Mas não acho que foram desrespeitosos com ela hoje", complementou a veterana de 32 anos.
Soft hands 👌@JelenaOstapenk8 | #RolandGarros pic.twitter.com/8zhrLsO4T5
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Como já era esperado, a torcida foi um fator determinante na partida entre Cornet e Ostapenko. Não demorou quatro games para que a letã levasse a primeira vaia do estádio. O público levou instrumentos musicais, cantou e se manifestava fortemente a cada ponto, inclusive nos erros da adversária. Durante o primeiro set, Ostapenko fez 16 erros contra apenas um de Cornet e levou mais uma vaia no fim da parcial.
Aos poucos a letã conseguia ter mais confiança em seus golpes de fundo e passou a jogar melhor no segundo set, marcando 15 winners contra apenas três de Cornet. A francesa reclamava com o próprio box e também com a arbitragem sobre uma possível demora da adversária de se posicionar para as devoluções de saque.
Quando o terceiro set começou, o jogo era o único em andamento no complexo. O estádio ficou mais cheio, mas o perfil do público mudou um pouco. Já era possível ouvir torcedores a favor de Ostapenko, apesar da ampla maioria a favor da francesa. Cornet forçava os dois saques já que a rival atacava muito nas devoluções com o forehand.
A francesa também tentava prolongar alguns pontos e contar com os erros da adversária, e com isso abriu 3/0 no placar. Na reta final da partida, Cornet sentia um desconforto na região da virilha e continuou jogando mesmo com algumas dificuldades na movimentação, Ostapenko até devolveu uma das quebras, mas não conseguiu buscar o empate. A letã reclamou da torcida, levou novas vaias, e saiu de quadra tampando os ouvidos, enquanto Cornet recebeu todo o carinho do público francês.
Duelo com jovem chinesa na próxima rodada
A próxima adversária de Cornet em Paris será a chinesa Qinwen Zheng, jovem de 19 anos e 74ª do ranking, que vem de uma expressiva vitória sobre a campeã de 2018 Simona Halep. O confronto será inédito e Zheng está disputando apenas seu segundo Grand Slam como profissional. Quem passar por esse jogo pode cruzar o caminho da número 1 do mundo Iga Swiatek. Invicta há 30 jogos, a polonesa enfrenta a montenegrina Danka Kovinic.
