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Decepcionada com Mauresmo, Iga foca no trabalho
01/06/2022 às 17h13

Swiatek já volta a atuar nesta quinta-feira, enfrentando Kasatkina na semifinal

Foto: Paul Zimmer/ITF

Paris (França) - As recentes declarações de Amelie Mauresmo, ex-número 1 do mundo e diretora do torneio de Roland Garros, deixaram a atual líder do ranking, Iga Swiatek, surpresa e decepcionada. Mauresmo justificou a falta de jogos femininos no horário nobre em Paris alegando que os jogos da chave masculina teriam mais apelo. Já a polonesa lamentou que uma fala desse tom tenha vindo de uma ex-jogadora, mas prefere focar no seu próprio trabalho.

"É um pouco decepcionante e surpreendente, porque ela também fez parte da WTA. Do meu ponto de vista, é mais conveniente jogar no horário normal, mas com certeza eu também quero entreter e mostrar meu melhor tênis em cada partida. Estou sempre focada da mesma maneira, não importa se é sessão diurna ou noturna. Mas, sim, é um pouco decepcionante", disse Swiatek, na entrevista coletiva desta quarta-feira.

"A decisão é dos dirigentes e temos que aceitar isso. Mas, sim, quero que meu tênis seja entretenimento também. E sempre disse que nos meus momentos mais difíceis, tento me lembrar que eu também jogo para as pessoas que estão assistindo", acrescentou a polonesa que atraiu excelente público na partida das quartas contra a norte-americana Jessica Pegula. Os anéis de arquibancadas da quadra Philippe Chatrier tinham grande ocupação, eram vistos lugares vazios que ficavam no setor destinado aos convidados da Federação Francesa.

"Então, acho que as opiniões variam para cada pessoa, se elas gostam mais de tênis masculino ou feminino, ou se gostam igualmente. Mas acho que o tênis feminino tem muitas vantagens. Alguns podem dizer que é muito imprevisível e que as meninas não são tão consistentes. Mas, por outro lado, isso também pode ser algo atraente para mais pessoas. Então isso depende, você sabe, das opiniões de algumas pessoas", complementou a campeã de 2020, e que está invicta desde fevereiro. Ela já tem 33 vitórias seguidas no circuito.

Swiatek já volta a atuar nesta quinta-feira, às 10h (de Brasília) contra a russa Daria Kasatkina, número 20 do mundo. A polonesa lidera o histórico por 3 a 1, com três vitórias no início da atual temporada, a primeira no Australian Open e as outras em Doha e Dubai. "Já joguei contra a Daria três vezes nesta temporada e cada partida é uma história diferente, então quero tentar tirar vantagem do que sei sobre o jogo dela. Mas não posso perder o foco. Sei que ela está jogando um pouco diferente no saibro, então tenho que me ajustar a isso".

"Preciso jogar o meu tênis, ser agressiva e tentar dominar desde o início. Sinto também que o saibro é minha melhor superfície, mas ainda não estou pensando nisso. Taticamente, quero estar preparada. Eu sei que posso fazer muito em quadra, mas nessa fase qualquer jogadora é perigosa. Tenho que me preparar como se fosse qualquer outra partida", completou a polonesa, que tenta alcançar sua segunda final em Paris.

Aniversariante na última terça-feira, Swiatek completou 21 anos e até se confundiu na hora de assinar a lente da câmera com o número 22: "Eu esqueci quantos anos eu tenho. É assim que a minha cabeça fica depois do jogo", e falou sobre o que mais aprendeu em relação ao ano passado. "Aprendi muito e senti que o céu é o limite para mim. Então me sinto mais livre agora, sinto que provei a mim mesma. Muita coisa mudou em minha mente e também percebi que posso ser a número 1 e realmente lidar com isso corretamente. Então isso é muito legal".

A polonesa comemorou o desempenho na vitória por 6/3 e 6/2 sobre Jessica Pegula, número 11 do mundo, nas quartas. Ela também foi perguntada por um ponto que aconteceu quando ela conseguiu uma quebra de saque no primeiro set para fazer 4/3, a respeito de um possível quique duplo em drop-shot da rival antes que a líder do ranking aplicasse a contra-deixada.

"Eu estou tentando chegar a todas as bolas basicamente e se foram realmente dois quiques, peço desculpas. Mas naquele momento eu estava focada apenas em chegar à bola e ganhar o ponto. Esses momentos são complicados porque tudo depende do árbitro. Mas se foram dois quiques, peço desculpas. Estava muito focada em ganhar o ponto", afirmou a número 1 do mundo.

"Acho que o que fez a diferença nesses sets foi minha consistência no backhand, porque ela estava jogando muito bem e às vezes eu cometia erros. Mas sinto que estava jogando mais sólida no final dos sets e não errando nada, porque eu estava muito focada", avaliou. "Foi a minha partida mais sólida aqui, então estou muito feliz com o desempenho. E de A a Z eu estava bem focada e não deixei Jessica voltar para o jogo e estou bem feliz".

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