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Nas quartas, Tomljanovic só tinha hotel para 1ª semana
04/07/2022 às 20h22

O pai da tenista é quem cuida de todas as reservas e se orgulha de economizar dinheiro

Foto: AELTC

Londres (Inglaterra) - Classificada para as quartas de final de Wimbledon, Ajla Tomljanovic vive uma situação curiosa durante o torneio. A australiana de 29 anos e 44ª do ranking só tinha hospedagem reservada para a primeira semana do Grand Slam londrino. Seu pai, Ratko, é quem cuida de todas as passagens e acomodações da tenista e se orgulha por economizar dinheiro. A solução foi procurar outro hotel às pressas enquanto ela continua na competição.

Tomljanovic já eliminou duas cabeças de chave, a suíça Jil Teichmann na estreia e a tcheca Barbora Krejcikova na terceira fase. Ela também passou pela norte-americana vinda do quali Catherine Harrison na segunda rodada do torneio, e superou nas oitavas a francesa Alizé Cornet por 4/6, 6/4 e 6/3 nesta segunda-feira. A australiana agora se prepara para o duelo com a cazaque Elena Rybakina nas quartas.

"Meu pai reservou uma casa para mim até sexta-feira, então tive que mudar de acomodação e agora estou em um hotel pequeno e fofo que fica perto das quadras. Falei para ele: 'Se você pensou que eu perderia na segunda rodada, pelo menos fizesse a reserva até domingo'. Seria um bom problema. É difícil encontrar um lugar, Londres está lotada, e eu não queria ficar a uma hora de distância. Ele não aceitou bem, e discuti muito com ele", comentou Tomljanovic no último sábado, depois da vitória sobre Krejcikova, número 14 do mundo. 

"Falei para ele: 'Eu só queria ter a minha casa do começo ao fim do torneio, ou talvez você devesse acreditar um pouco mais em mim'. Quem sabe o que teria acontecido também no ano passado. Graças a Deus estávamos na bolha e eu sempre tive meu quarto", comenta a australiana, que repetiu a campanha da última temporada em Wimbledon. A última jogadora do país a fazer quartas em dois anos seguidos foi Jelena Dokic em 1999 e 2000.

"Engraçado é que quando terminei o jogo de sábado, ele me disse: 'Ah, tenho que reservar de novo'. E ele não estava brincando comigo, mas conseguiu reservar o mesmo hotel até terça. Mas não me importo, mesmo que eu tenha que dividir o quarto com um estranho, não vou sair deste hotel (sorrindo). Agora mesmo ele estendeu novamente, e como eu jogo na quarta-feira, ele reservou até quinta. Talvez seja algum tipo de psicologia reversa", explicou depois de vencer Cornet.

O pai da tenista controla as economias
"Ele se orgulha de dizer que me economizou muito dinheiro ao longo dos anos, cuidando dos meus voos e das minhas reservas. Na verdade, nunca ninguém fez isso por mim. Eu não vou dar muito trabalho a ele porque ele tem sido um ótimo pai dessa maneira. Mas ele me irritou um pouco esta semana (sorrindo). Falei para ele, não vou sair deste hotel até que eu esteja fora do torneio. Dê um jeito!", complementou a experiente jogadora, que tenta alcançar sua primeira semifinal de Grand Slam.

Companhia da mãe no circuito

Outra personagem na família de Tomljanovic é a mãe, Emina, que não assistia aos jogos de Wimbledon no ano passado. Mas neste ano, ela decidiu acompanhar a filha em todos os torneios. "A diferença é que agora a minha mãe está aqui comigo este ano. Ela viria no ano passado, mas teria que ficar na bolha, e ela não gosta. No ano passado, ela não assistia aos meus jogos nem pela TV, preferia sair para passear com os cachorros e só depois via os resultados. Lembro-me de conversar com ela: 'Não é fácil chegar às quartas de final. Não sei se vou fazer isso de novo'".

"Desta vez, ela esteve comigo durante toda a série de torneios na Europa. Ela é a minha maior líder de torcida. Sei que ela não mostra muita emoção enquanto eu estou jogando, mas ela está morrendo por dentro. Provavelmente está chorando sozinha no refeitório agora".

No ano passado, Tomljanovic perdeu um duelo australiano nas quartas para a então número 1 do mundo Ashleigh Barty, que terminaria a semana como campeã. Ela espera aproveitar melhor a oportunidade contra Rybakina. "Depois de ter jogado com a Ash [Barty] no ano passado, acho que posso enfrentar qualquer uma. Espero que seja um jogo mais competitivo, mas o que eu aprendi no ano passado é que eu preciso me recuperar rápido, deixar de lado essas emoções positivas e já focar no próximo jogo. Isso vai me ajudar.

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