Londres (Inglaterra) - Finalista de um Grand Slam pela primeira vez na carreira, Ons Jabeur já se acostumou ocasiões a falar sobre seu objetivo de inspirar uma nova geração de jogadoras, por conta de todos os feitos históricos que ela tem protagonizado nos últimos anos. Mas depois de garantir seu lugar na decisão em Wmbledon, a número 2 do mundo comentou sobre suas fontes de inspiração e o início no tênis, destacando principalmente a mãe, Samira, que a apresentou ao esporte.
"Para começar, a minha mãe. Foi ela que me apresentou ao esporte e sempre me incentivou a fazer melhor. Ela me fez acreditar ainda mais em mim", disse Jabeur, durante a entrevista coletiva desta quinta-feira em Londres, após a vitória na semifinal sobre a alemã Tatjana Maria por 6/2, 3/6 e 6/1. "Comecei a jogar tênis em um pequeno clube na Tunísia, jogando apenas torneios nacionais. Então, aos 10 anos, disputei meu primeiro torneio internacional em Paris e tive um resultado muito bom. Então, aos 13 anos, decidi ir para a capital em Tunes para estudar e treinar ao mesmo tempo. Isso me ajudou a treinar mais e me tornar uma jogadora melhor".
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Ainda durante sua carreira juvenil, Jabeur fez uma cirurgia no punho esquerdo em 2010 e ficou cinco meses sem jogar. Mas quando voltou, logo venceu o torneio juvenil de Roland Garros no ano seguinte. "Meu maior título como juvenil foi em Roland Garros, mas eu lutei muito para sair do juvenil para o profissional, por causa das lesões, e sem saber realmente como aplicar o meu estilo de jogo. Treinei por alguns meses na Bélgica e também fiquei alguns meses em Paris. Mas sempre voltava para Tunes, porque amo meu país, e amo estar lá. Tive treinadores diferentes. Mas desde 2019 ou 2020, tudo deu certo para mim", complementa a tunisiana, que é trabalha com Issam Jellali.
A jogadora de 27 anos também falou sobre seus ídolos. "Eu adorava assistir Kim Clijsters, Serena Williams, Venus. Andy Roddick. Eu era uma grande fã dele. Ainda estou aprendendo sobre a história do tênis. Conheci a Billie Jean King, que é uma inspiração incrível para todas nós. Muito feliz que ela está me dando algumas dicas e me incentivando a ser ainda melhor".
Única mulher árabe a disputar uma final de Grand Slam e primeira do continente africano a atingir uma decisão na Era Aberta, Jabeur reiterou o desejo de ver mais tenistas de sua região disputando o circuito. "Quero inspirar muitas outras gerações. A Tunísia está ligada ao mundo árabe e também está ligada ao continente africano. Queremos ver mais tenistas. Não é como a Europa ou qualquer outro país. Quero ver mais jogadores do meu país, do Oriente Médio e da África. Acho que não acreditamos o suficiente em determinado momento de que poderíamos chegar aqui. Agora estou apenas tentando mostrar isso", comentou. "É incrível estar na final. Esse é o resultado que eu esperava. Agora só falta mais uma partida, mais um passo, para continuar conquistar o título".
Trabalho de longo prazo com psicóloga
A finalista de Wimbledon também destaca o trabalho com a psicóloga Melanie Maillard, personalidade importante em sua equipe. "Comecei a trabalhar com a Melanie no final de 2016, mas eu tinha já tinha psicólogos antes, porque sempre acreditei que o treinamento mental é muito importante no nosso esporte. Fazemos muita respiração e muita meditação. Eu falo muito sobre como é bom tirar todos os sentimentos e todo o estresse. Para alguém que não conseguia lidar com muito estresse antes, isso é muito importante".
Duelo com Rybakina na final de sábado
Adversária da cazaque Elena Rybakina, 23ª do ranking, na final do próximo sábado às 10h (de Brasília), Jabeur lidera o histórico por 2 a 1 e sabe o que esperar da jovem rival de 23 anos. "Rybakina é uma jogadora agressiva. Se você lhe der um pouco de tempo, ela vai aproveitar isso. Acho que ela pode jogar muito bem na grama porque ela consegue agressiva e também mudar o ritmo, são os dois estilos, acredito que seja o mais impressionante na grama. Será uma partida interessante, mas tentarei fazê-la trabalhar duro para ganhar seus pontos".