Londres (Inglaterra) - A conquista do quarto título consecutivo em Wimbledon, o sétimo na grama sagrada e o 21º no total dos Grand Slam, após vitória em quatro sets sobre Nick Kyrgios, tiraram de vez o peso que o sérvio Novak Djokovic carregava, depois do impedimento de disputar o Australian Open e a deportação imposta em Melbourne. O multicampeão frisou na entrevista oficial a importância de dar a volta por cima:
"Este ano não foi igual aos anteriores. Aquele começo me afetou muito e os primeiros meses foram muito difíceis. Não me sentia bem. Queria jogar, mas quando fui à quadra em Dubai senti muita pressão e não fiquei confortável. Porém mais cedo ou mais tarde o meu melhor voltaria", relembrou ele do drama sofrido.
"É um alívio vencer depois de tudo o que aconteceu. Agrega mais valor, mais significado e mais emoção. Historicamente, Wimbledon sempre chegou num estágio importante na minha carreira. Em 2018, tive problemas de cotovelo e Wimbledon foi o primeiro Grand Slam que joguei. Serviu de trampolim para depois vencer o US Open e o Australian Open 2019. Não é por acaso que este torneio tem tanta relevância na minha vida".
Ao ser questionado como definir seu sétimo título em Wimbledon, o sérvio citou mais uma vez o fato de que sua primeira forte lembrança foi ver Pete Sampras ganhar o torneio em 1992 e que, a partir dali, pediu uma raquete ao pai. "Isto é inacreditável, não sei explicar como me sinto. Já disse isso muitas vezes: este torneio é muito especial para mim porque foi o primeiro torneio que vi desde criança. Assistir aos jogadores no gramado de Wimbledon me levou a ser tenista e meu sonho era vir para cá e um dia jogar na Central. Cada vitória neste torneio é diferente e torna tudo mais significativo. Me sinto abençoado e agradecido por erguer de novo este troféu. Vencer com toda a minha família e pessoas próximas à minha vida é lindo". Nas últimas 11 edições do torneio, o sérvio fez oito finais e ganhou sete vezes desde 2011.
Ele frisou que, desta vez, sentiu o apoio maciço da torcida, o que por vezes não aconteceu em suas decisões na Central, especialmente aquelas diante de Andy Murray e Roger Federer. "Senti o apoio e o amor de toda a torcida hoje. Estou muito grato por isso. Não é nenhum segredo que qualquer jogador gostaria de ter o apoio do público. Isso pode fazer uma grande diferença em como você se sente. É mais fácil superar certos obstáculos e certas situações em um jogo se você sentir o apoio de cada uma das pessoas que estão sentadas em seus assentos".