Londres (Inglaterra) - Ao receber seu troféu de vice-campeão, o australiano Nick Kyrgios não parecia nada entusiasmado. Questionado pela mestre de cerimônias Sue Baker se o vice seria uma inspiração, ele negou, disse que só queria férias e até duvidou se voltaria novamente a Wimbledon. Mais tarde, com a cabeça mais fria, Kyrgios mostrou positividade muito maior.
"Meu nível estava lá", afirmou, comparando as dificuldades que Djokovic teve diante de outros adversários ao longo do torneio. "Não estou atrás de ninguém. Joguei uma final de Grand Slam diante de um dos melhores de todos os tempos e estava lá. Isso vai me dar confiança. Foi um momento infernal. Venci o primeiro set e parecia que já tinha feita muitas outras finais. Acho que lidei muito bem com a pressão".
O australiano de 27 anos acredita que sua campanha em Wimbledon indica que ele está no caminho certo. "Sinto que minha chama tem estado acesa o ano todo", enfatiza, lembrando do inédito título de duplas no Australian Open. "Há muita gente a minha volta dando motivação. Encontrei pessoas que querem me tornar uma pessoa melhor e num tenista melhor. Eles entendem que tenho um grande talento e que tenho muito a fazer no esporte".
Ele deu crédito à enorme experiência de Djokovic em grandes partidas. "Ele venceu este torneio quatro vezes seguidas. Então isso é incrível. Você pode dizer a si mesmo que já passou por tudo isso, acredita em você mesmo e isso só vem mesmo com a experiência. Só posso imaginar como ele se sente confiante todos os dias, especialmente aqui em Wimbledon".
Incitado a comparar o duelo de hoje com as duas vitórias sobre Djokovic em 2017, Kyrgios diz que um jogo em melhor de cinco sets é muito diferente: "Nesses jogos longos, diante de Novak, (Rafael) Nadal ou (Roger) Federer, você ganha o primeiro set e parece que ainda precisa escalar o Everest. Em três sets é muito mais fácil. Acho que se eu tivesse vencido o tiebreak do quarto set, poderia ter esticado um pouco mais. Comecei a me sentir melhor fisicamente no fim do jogo, o que é raro".
Hoje número 40 do ranking, o ex-13º saiu feliz com sua atuação nos quatro sets da final. "Acho que manipulei bem as coisas. Fiz exatamente o que tinha de fazer na parte tática para me dar chance. Saquei muito bem e consegui colocar muitas bolas em jogo. Cheguei perto e estou feliz com isso”.