Paris (França) - Um dos nomes importante da atualidade na WTA, a ucraniana Elina Svitolina não compete desde a eliminação na estreia em Miami, não apenas por estar grávida, mas também pela dificuldade em lidar com o momento que vive seu país, invadido pela Rússia e vivendo em clima de guerra desde o final de fevereiro.

Em entrevista ao Sydney Morning Herald, a ucraniana contou um pouco sobre a mistura de sensações, com a angústia pela guerra e a felicidade por sua primeira gravidez. “Tem sido uma mistura de sentimentos. Foi difícil para mim realmente aproveitar o momento”, revelou Svitolina.

A ex-número 3 do mundo anunciou ao mundo, em maio, que ela e o francês Gael Monfils estavam esperando uma menina para outubro. Mesmo que não estivesse formalmente em licença-maternidade, no entanto, ela diz que não poderia continuar jogando. “Quando a invasão começou, era difícil competir mentalmente e ter minha família na Ucrânia, era difícil de lidar”, explicou Svitolina.

“Minhas prioridades e perspectivas mudaram. Eu não me sentia no lugar certo quando estava jogando. Foi difícil me concentrar 100% no meu trabalho, por isso quis compartilhar minha visão. Mas neste momento estou feliz por poder ter tempo, reorientar e encontrar onde sou necessária”, acrescentou a ucraniana de 27 anos

Embora seus pais tenham deixado a Ucrânia, ela ainda tem familiares e amigos no país. Alguns até voltaram para pegar em armas. Svitolina então sentiu uma necessidade urgente de fazer parte da solução também. E ao conversar com os demais tenistas do circuito, a ucraniana não sentiu muita empatia dos colegas de profissão.

“Muitos jogadores nem vieram até nós para perguntar como nossa família estava. Isso criou tensão. Quero que as pessoas saibam o que está acontecendo, que a guerra continua. Sinto que ela desapareceu um pouco das notícias”, falou Svitolina, que apoiou a decisão de Wimbledon de banir jogadores russos e bielorrussos do torneio.