Nova York (EUA) - No momento em que Serena Williams se declara pronta para a despedida do circuito profissional e disposta a iniciar uma nova fase em sua vida pessoal, a irmã mais velha, Venus Williams, prefere não definir os planos para o futuro. Eliminada ainda na estreia da chave de simples no US Open, Venus mantém o foco apenas na estreia de duplas ao lado de Serena, que deverá acontecer na quinta-feira.
"Por enquanto, estou apenas focada na partida de duplas". Foi ideia de Serena. Ela é a chefe, então eu faço o que ela manda (sorrindo). Acho que não jogamos juntas desde 2016, mas tivemos algumas grandes vitórias e seria bom adicionar um pouco mais", disse Venus, durante a entrevista coletiva desta terça-feira em Nova York.
Venus afirma que não interfere na decisão da irmã de encerrar a carreira. "Somos uma grande influência uma para a outra e eu sou uma grande influência para ela. Mas senti que meu papel nesse caso era garantir que eu não a influenciasse de forma alguma, porque essa decisão precisa ser toda dela e de sua família. Da parte mais nova da família, eu diria, porque obviamente somos uma família. Acho que o papel que eu desempenho é o de apoiar com todos os membros da minha família".
Superada nesta terça-feira pela belga Alison Van Uytvanck por 6/1 e 7/6 (7-5), Venus valorizou a partida de sua algoz, que conquistou três quebras no primeiro set. Já na segunda parcial, a belga apostou em variações e teve sucesso nas tentativas de slices, curtinhas e subidas à rede. "Acho que foi uma das melhores partidas que ela já jogou. Eu já a vi jogar antes e seu nível foi realmente incrível hoje. Então dou crédito a ela, enquanto eu ainda estava encontrando meu espaço. Foi o meu primeiro Grand Slam em mais de um ano, então eu estava encontrando ritmo e me descobrindo em quadra".
"Honestamente, tive um pouco de azar no tiebreak. Acertei um segundo saque incrível que de alguma forma, ela respondeu com um winner na paralela. Então, outro grande saque, mas acabei pegando mal na bola seguinte. Eu senti que fiz o que precisava fazer para vencer o tiebreak, mas não há nada que você possa fazer em momentos como esse. Nessas horas, você apenas balança a cabeça e lamenta", acrescenta a ex-número 1 do mundo, que ficou quase um ano longe do circuito.
"Foi o maior tempo que estive longe do tênis e sem uma raquete na mão. Então foi uma experiência completamente nova para mim, pegar uma raquete de volta e tentar me acostumar o mais rápido possível para estar pronta para o US Open, o que não foi fácil", relata a jogadora de 42 anos. Ela disputou seu 23º US Open e o 91º Grand Slam.
Venus também se sente honrada ao saber que tantas jogadoras jovens se espelham nas irmãs Williams, especialmente Naomi Osaka e Coco Gauff. "É fantástico ver essas jovens vivendo seus sonhos e fazendo coisas positivas em suas vidas e, por sua vez, influenciando outras pessoas, não apenas mulheres jovens, a também se levantar, fazer algo, viver sua vida, seguir seu destino, lutar. É uma troca de energia. Então é maravilhoso ver isso".
