Nova York (EUA) - Algoz de Serena Williams no jogo que marcou o fim da carreira da campeã de 23 Grand Slam, a australiana Ajla Tomljanovic falou sobre o grande legado deixado pela rival para o tênis. Tomljanovic diz que a relação das irmãs com a família foi sua principal fonte de inspiração e que o circuito não será o mesmo sem a presença de Serena.
"Ela mostrou que nenhum sonho é tão grande, não importa a sua origem e as circunstâncias. Se você acredita no que faz e tem uma boa rede de apoio da família e das pessoas que estão ao seu redor, é possível. Sentirei falta dela, o circuito não será o mesmo", disse Tomljanovic após a vitória por 7/5, 6/7 (4-7) e 6/1 em partida com 3h06 de duração.
A australiana reforçou o discurso durante a coletiva de imprensa. "Quando era mais jovem, eu não tinha ídolos, mas Serena e Venus eram tão boas que eu as admirava mais, eu diria. O que sempre me atraiu nelas foi o vínculo com a família. Elas sempre falavam sobre isso e posso me identificar com isso porque sou muito próxima da minha família e não estaria onde estou sem eles".
"Desde muito jovem, lembro-me de vê-las com o pai e pensar que é um pouco como a minha história. O que ela conseguiu é absolutamente incrível. Eu não sei se isso vai se repetir enquanto eu ainda estiver por perto", acrescentou a tenista de 29 anos. "O que ela fez por nosso esporte é incrível. Nunca imaginei que a enfrentaria no último jogo da carreira dela. Eu me lembro de assistir aos jogos dela quando era criança, então é um grande momento para mim".
'Achei que eu fosse perder o jogo', revela a australiana
Tomljanovic também precisou controlar as emoções, tanto no fim do segundo set, quanto nos seis match-points que precisou para definir a vitória. "Quando perdi o segundo set, eu não estava errando muito. Foi mérito dela que estava jogando muito bem. E eu não podia perder o foco, porque sabia que ela poderia dominar o terceiro set. Então tentei me manter concentrada e pensar em um ponto de cada vez", disse na entrevista a Mary Joe Fernandez.
"A pressão estava sobre mim, não me lembro de quantos match-points eu precisei para fechar o jogo. E ela é a Serena. Achei que fosse perder o jogo. Mesmo no último ponto, eu sabia que ela poderia voltar para o jogo, porque ela é a Maior de Todos os Tempos e ponto", acrescentou a australiana, que agora enfrenta a russa Liudmila Samsonova, 35ª do ranking.
A atual 46ª do ranking prefere não parte da história por ter sido a jogadora a vencer Serena no último jogo da carreira. "Ninguém vai pronunciar meu nome direito (risos). Isso vai dar problema... Eu não acho que fiz parte da história do tênis, então isso é muito legal. Eu me sinto um pouco como a vilã. Como eu disse em Cincinnati, eu realmente queria jogar contra a Serena antes dela se aposentar. Não quero dizer que estou triste, mas apenas um pouco conflitante. Eu amo muito a Serena, da mesma forma que todos que estavam no estádio".