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Bruno Soares anuncia o fim da carreira profissional
03/09/2022 às 20h53

Soares conquistou três Grand Slam nas duplas masculinas e mais três nas duplas mistas

Foto: Fotojump
Mário Sérgio Cruz

Um dos maiores nomes da história recente do tênis brasileiro, Bruno Soares anunciou neste sábado o fim de sua carreira profissional. O mineiro de 40 anos conquistou três títulos de Grand Slam nas duplas masculinas e mais três nas duplas mistas, chegando a ocupar a vice-liderança no ranking mundial dos especialistas na modalidade em 2016. Sua competição mais recente foi o US Open, ao lado do britânico Jamie Murray, onde eles caíram na segunda rodada.

O anúncio de Bruno Soares foi feito por meio das redes sociais, juntamente com uma foto ao lado dos filhos, Noah e Maya. "Obrigado, tênis. É hora de dizer adeus. Obrigado por 22 anos realizando meu sonho diariamente. A todos que estiveram comigo nessa jornada o meu eterno agradecimento. Nada disso seria possível sem vocês. Um ciclo se encerra para outro se iniciar".

Nascido em Belo Horizonte em fevereiro de 1982, Bruno Soares foi introduzido ao tênis aos cinco anos, quando morava no Iraque. A família se mudou para o Oriente Médio quando Bruno tinha apenas dois meses de vida e seu pai, Malthus, foi contratado como engenheiro para trabalhar na obra que uma construtora brasileira faria em uma estrada no país. Ele viveu no Iraque até os aos seis anos de idade.

O tenista chegou ao top 10 do ranking mundial juvenil da ITF em 2000 e disputou competições de simples no início da carreira, com cinco títulos em torneios de nível future, 18 vitórias em challenger e mais duas em partidas de simples da Copa Davis. Mas foi nas duplas em que ele fez história, ao se juntar ao seleto grupo de profissionais brasileiros campeões de Grand Slam, que inclui também Maria Esther Bueno, Gustavo Kuerten, Thomaz Koch e Marcelo Melo. 

A primeira conquista de Bruno Soares em um Grand Slam foi na chave de duplas mistas do US Open de 2012, ao lado da russa Ekaterina Makarova. Dois anos mais tarde, repetiu a façanha e faturou seu segundo título em Nova York, desta vez com a indiana Sania Mirza.

Em janeiro de 2016, no Australian Open, conseguiu o feito inédito de vencer seu primeiro Grand Slam de duplas masculinas, junto do britânico Jamie Murray. Um dia depois, também conquistou o troféu nas duplas mistas, com a russa Elena Vesnina. Assim, ele se tornou o primeiro brasileiro desde Maria Esther Bueno, em 1960 a vencer dois títulos no mesmo torneio. No mesmo ano, voltou a conquistar o US Open, desta vez ao lado de Murray nas duplas masculinas. O bicampeonato em Nova York veio quatro anos depois, ao lado do croata Mate Pavic.

Mineiro conquistou 35 títulos e foi campeão em todos os pisos
Por duas vezes, Soares terminou uma temporada tendo feito parte da melhor dupla do mundo, em 2016 e 2020. Ele venceu 554 partidas de duplas em nível ATP, com seus diferentes parceiros, e acumulou uma premiação superior a US$ 6,9 milhões.

Defendendo o Brasil 20 partidas de duplas pela Copa Davis, venceu 15 jogos e perdeu apenas cinco. O mineiro disputou os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, e do Rio de Janeiro, em 2016. Ele também disputaria os Jogos de Tóquio no ano passado, mas precisou de cirurgia para apendicite às vésperas da competição, quando já estava em território japonês. 

O mineiro conquistou 35 títulos no circuito, incluindo também quatro Masters 1000, e esteve em outras 34 finais. Seus troféus mais recentes foram em Melbourne e São Petersburgo, no ano passado, ao lado de Jamie Murray. E na atual temporada, havia disputado a final do Rio Open. Vencedor em todos os pisos, ganhou pelo menos um título em 14 temporadas seguidas entre 2008 e 2021. 

Entre os parceiros que fizeram parte da caminhada de Bruno Soares no circuito, o também mineiro Marcelo Melo esteve ao seu lado em quatro títulos de ATP entre 2010 e 2013. Já as parcerias com Jamie Murray e Alexander Peya foram as mais vitoriosas, com 12 conquistas. O mineiro também foi campeão ao lado do sul-africano Kevin Ullyett, do norte-americano Eric Butorac, do croata Mate Pavic, além do australiano John Peers e o britânico Colin Fleming, que formaram parceiras pontualmente com o mineiro.

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