Num país carente de pesquisas e com pequeno acervo sobre a história do tênis brasileiro, com bibliografia precária e poucos dados, surge mais uma surpresa. O primeiro jogador nacional a se inscrever e disputar o US Open, então chamado de Nacional Norte-americano, foi um anônimo tenista do Rio de Janeiro Country Club que teve pouca representatividade no têns competitivo brasileiro.
Adolpho de Menezes pertencia a uma família de tenistas. Nasceu em 19 de julho de 1910 e morreu em 12 de junho de 2006. Era um diplomata de carreira e atuou em embaixadas e consulados representando e atuando em nome do Brasil, pelo Ministério das Relações Exteriores, nosso Itamaraty.
Sua família era ligada ao Rio de Janeiro Country Club. Ele mesmo foi sócio efetivo num curto período que residiu no Rio, tendo frequentado o clube de agosto de 1959 a novembro de 1961.
No dia 27 de agosto de 1934, jogou e perdeu por 6/0, 6/0 e 6/0 para o norte-americano Robert Stanford, em Forest Hills, no antigo US National Championships, atual US Open, ele tinha 24 anos. Stanford perdeu na rodada seguinte para o quadrifinalista naquele ano, Frank Parker. O campeão do torneio naquele ano foi o britânico Fred Perry, que ganhou de Wilmer Allison, por 6/4, 6/3, 3/6, 1/6 e 8/6.
Enquanto no Rio, Adolpho de Menezes jogava os torneios da antiga Federação Metropolitana de Tênis do Rio de Janeiro, assim como o seu parente Godofredo de Menezes. Nos arquivos do Country não há fotos do tenista e nos jornais da época nem foi mencionado este jogo do nosso anônimo pioneiro. Nos jornais do Rio apenas ele aparece em muitos torneios da Federação daquela época.
Adolpho de Menezes publicou obras sobre diplomacia e relações internacionais e as únicas fotos que há dele são já bem idoso.
* WALMOR ELIAS, gaúcho de Santa Maria, é bacharel em Comunicação Social e em Letras e Artes, também professor de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Literatura Portuguesa. Atuou como jornalista especializado em tênis por 13 anos no Correio do Povo e nas extintas Folha da Tarde e Folha da Manhã, de Porto Alegre, e correspondente das revistas Tênis Ilustrado e Tênis. Entre 1977-89, foi dirigente da Federação Gaúcha de Tênis e presidiu a entidade por seis anos, foi vice da Confederação Brasileira entre 1984 e 86 e presidiu a entidade entre 1990 e 93. Aos 70 anos, coordena e dirige atualmente o documentário “As Inesquecíveis Histórias do Tênis Brasileiro” pelo canal Trotamundos do Youtube.