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Aos 19, Alcaraz ganha seu primeiro Slam e é o nº 1
11/09/2022 às 20h38

Nova York (EUA) - O espanhol Carlos Alcaraz cumpriu mais rapidamente do que se esperava seu destino de sucesso e ergueu neste domingo seu primeiro troféu de nível Grand Slam, ao superar o norueguês Casper Ruud na decisão do US Open, com parciais de 6/4, 2/6, 7/6 (7-1) e 6/3, após 3h19.

Aos 19 anos e quatro meses, se torna também o mais jovem tenista a assumir a liderança do ranking, muito acima da marca anterior de Lleyton Hewitt, então com 20 anos e nove meses. Ao mesmo tempo, iguala o maior salto até a ponta já dado desde a criação do sistema, em agosto de 1973, repetindo Carlos Moyá, Andre Agassi e Pete Sampras, que também eram número 4 quando pularam para o 1. Ele é o 28º diferente tenista a pontuar o ranking, o 152º a ganhar um Slam e o 71º vencer o US Open.

Esta foi a primeira final de Grand Slam da Era Profissional em que os dois jogadores não tinham troféus desse quilate e lutavam também pela liderança do ranking sem jamais ter ocupado o posto. Foi também a primeira vez que o ranking mudou de dono após o US Open desde 2003, quando curiosamente o técnico de Alcaraz, Juan Carlos Ferrero, subiu ao posto com o vice.

Ele também é o mais jovem campeão de um torneio de Grand Slam desde Rafael Nadal em Roland Garros de 2005 (19 anos e dois dias) e o de menor idade a vencer o US Open desde Sampras, em 1990 (19 anos e 28 dias). O recorde pertence a Michael Chang, que venceu Roland Garros em 1989 aos 17 anos e quatro meses, três meses mais jovem do que Boris Becker em Wimbledon, 1985.

O espanhol lidera a temporada também em vitórias e títulos. Ganhou 51 de 60 jogos já disputados (21 de 25 no piso duro) e venceu seis torneios, sendo dois no piso duro junto a Miami. No total da carreira, chega a sete ATPs. Com os US$ 2,6 milhões pelo US Open, supera US$ 9,1 mi na carreira e US$ 7,4 mi desde janeiro.

Grande espetáculo na final
O natural nervosismo passou muito rápido e os dois logo nos primeiros games já fizeram grandes ralis e pontos de categoria. Alcaraz entrou aplicado a abrir buracos no lado esquerdo do adversário e, quando conseguia, geralmente optava por uma transição rápida à rede. Ruud no entanto neutralizou a deficiência no segundo set, quando passou a ser mais agressivo. Houve alguns ralis e nesses momentos mostrou frieza e também habilidade para conter os avanços do espanhol.

Alcaraz ficou irritado com a perda do domínio, mas começou bem o terceiro set, com saque mais afiado e usando o forehand. Chegou a ter break-point para obter uma segunda quebra e ir a 3/0. Ruud se salvou e aí ficou muito sólido, com uso muito aplicado do slice rasante. Foi sua vez então de ter uma chance de quebra que o levaria para 5/3 e logo depois, num game de excepcional qualidade, devolveu muito e chegou a ter dois set-points, que Alcaraz evitou com ousadia e voleios perfeitos. A definição foi ao tie-break e, apesar de sair com 1-0, o norueguês perdeu totalmente a intensidade e o espanhol venceu todos os outros sete pontos.

O quarto set recomeçou equilibrado, com os sacadores prevalecendo sem sustos, até que Ruud jogou muito mal o sexto game, cometendo erros graves com o forehand, o que abriu enfim a oportunidade para o adversário. Com 4/2, escapou de 0-30 com quatro serviços muito precisos e com 5/3 precisou controlar a ansiedade para finalizar uma campanha incrível, em que fez três jogos seguidos no quinto set e chegou a salvar dois match-points nas quartas de final contra Jannik Sinner.

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