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Pucinelli destaca 1ª final de challenger e quer mais
07/10/2022 às 16h30

Pucinelli conquistou expressivas vitórias na temporada e estreou no top 200 da ATP

Foto: João Pires/Fotojump
Felipe Priante

Campinas (SP) - A grande temporada do paulista Matheus Pucinelli, que começou 2022 ocupando a 287ª colocação no ranking e atualmente está no 193º lugar, apenas três abaixo de sua melhor marca, foi repleta de pontos altos, desde a primeira vitória em nível ATP, no 250 de Santiago, logo no começo do ano, até sua primeira final em nível challenger, duas semanas atrás em Braga. Além disso, ele também fez sua estreia nos qualis de Grand Slam.

Em entrevista para TenisBrasil, o campineiro de 21 anos se mostrou bastante contente com seu desempenho no decorrer da temporada, enalteceu o trabalho ao lado do treinador João Zwetsch, que vem o acompanhando mais de perto nos últimos meses e comentou sobre os pontos altos do ano. “Destacaria a final agora em challenger, que era algo que eu vinha buscando. Era uma semana em que estava me sentindo super bem”, falou Pucinelli.

A estreia nos Slam como profissional, ainda que no quali, também foi outro momento importante para o jovem tenista. “É uma sensação muito diferente de qualquer outro torneio. Tive a oportunidade de jogá-los no juvenil, então já sabia um pouco como era, mas voltar no profissional, que é quando realmente importa, é bem legal. Agora é brigar para continuar jogando, tentar passar o quali e jogar uma chave principal”.

Pucinelli também relembrou vitórias importantes como a sobre o italiano Marco Cecchinato no quali do Rio Open e principalmente os triunfos em Santiago, onde bateu dos top 200 no quali e na chave principal derrotou o dinamarquês Holger Rune na primeira rodada, para depois cair diante do sérvio Miomir Kecmanovic na quadra central do torneio.

Veja tudo o que falou Pucinelli sobre seu ano:

 
 
 
 
 
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Não sei se antes da temporada começar daria para esperar algo tão bom. Olhando para o que já aconteceu em 2022, que avaliação você consegue fazer do que já alcançou?

Já no começo do ano eu tive umas vitórias importantes nos ATP, no Rio e em Santiago. Acho que o ano inteiro jogando só challenger foi bem importante, para ter uma visão diferente, de um nível mais alto, de jogos mais duros, precisando de uma constância maior. Consegui, em grande parte do ano, permanecer evoluindo. Tive alguns momentos mais difíceis, em que parecia ter estagnado um pouco, por conta do nível, por ter jogo duro toda semana e ser difícil avançar nos torneios. Trabalhamos duro, tive alguns bons resultados, consegui alguma experiência nos Grand Slam, que era também um objetivo, e a gente conseguiu jogar o quali dos três últimos do ano e já estou quase garantido na Austrália para o ano que vem. Tem bastante coisa positiva, tanto de resultado, como em saber lidar com as adversidades. Agora é aproveitar essa temporada sul-americana para tentar somar mais.

Aproveitando o gancho dos Grand Slam, como foi para você, ainda que no qualificatório, disputar pela primeira vez estes torneios como profissional?

É uma sensação muito diferente de qualquer outro torneio. Tive a oportunidade de jogá-los no juvenil, então já sabia um pouco como era, mas voltar no profissional, que é quando realmente importa, é bem legal. Cada torneio tem seu charme diferente, mas a estrutura é diferente, são os quatro maiores palcos do tênis mundial e no qual todo jogador quer estar um dia. Mesmo sendo quali, você sabe que se ganha um jogo, se sente melhor e de repente ganha mais dois e entra na chave principal. É muito perto, você tem que estar sempre ali acreditando.

Mais uma etapa que você conseguiu alcançar.

Sim, é mais uma etapa. Agora é brigar para continuar jogando, tentar passar o quali e jogar uma chave principal que é a experiência que todo mundo busca.

Recentemente você disputou sua primeira final de challenger. Quais foram as sensações naquela semana e como foi entrar pela primeira vez em quadra num torneio deste nível para jogar pelo título?

Foi uma semana que eu não esperava. Estava jogando na quadra rápida nas semanas anteriores e tive só dois dias de adaptação. Mas ao mesmo tempo eu estava treinando bem, me sentindo competitivo. A semana foi passando jogo a jogo. Na primeira rodada não fui muito bem, depois consegui subir o nível de tênis e melhorando a cada jogo. Na final, foi um jogo aberto para os dois, era contra um cara que tinha um ranking até pior que o meu, mas foi difícil. Tive minhas chances, perdi, o cara teve as chances dele, perdeu algumas, mas aproveitou mais do que eu. Ainda assim, foi uma sensação boa jogar minha primeira final e saber que eu posso e agora quero chegar em outras para poder ter a chance de lidar melhor.

 
 
 
 
 
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Outro destaque que você já falou um pouco lá no começo foi em Santiago, onde furou o quali e venceu pela primeira vez em nível ATP e ainda sobre um jogador como Holger Rune, um cara jovem, mas já estabelecido. O que você lembra daquela campanha?

Foi outra semana bem atípica. Vinha treinando na quadra rápida e entrei de última hora no quali. Cheguei no dia do jogo no Chile, foi uma viagem doida. No final eu consegui passar pelo quali e depois tive um dia de descanso. A sensação é diferente porque é um ATP, um nível bem mais alto, no qual nunca tinha jogado uma chave principal. Mas estava ali, sabia que tinha uma chance de vencer o jogo e acreditei nela. Rune não jogou tão bem, não estava se sentindo tão bem em quadra e eu pude aproveitar, não me pressionei e tive essa vitória. Depois joguei uma segunda rodada contra Kecmanovic na quadra central, foi uma experiência boa. Uma semana para guardar.

Parece então que seu segredo é treinar antes na dura e depois ir para o saibro.

Aconteceu duas vezes, em situações diferentes. Essa do Chile foi de última hora, foi uma loucura, mas temos que estar preparados para as adversidades que acontecem no circuito. Tem muita coisa diferente. A princípio eu ia jogar uns US$ 25 mil na quadra rápida, só que acabei entrando de último e aproveitei que era um ATP na América do Sul e daria tempo para chegar. E deu para somar bastantes pontos com esses três jogos que eu ganhei.

De uns meses para cá você está trabalhando mais proximamente com o João Zwetsch, um cara que tem uma boa experiência no circuito. Como tem sido e o que já deu para aproveitar desta parceria?

Desde o começo, mesmo antes de nos aproximarmos, já tínhamos nos encontrado por ele ser o coordenador da Rede Tênis Brasil. Sempre o escutei bem, é um cara que tem bastante vivência no tênis, além de ser um cara fora de série fora de quadra. É muita coisa que estou conseguindo absorver, estamos se encaixando desde que estamos mais próximos. Espero que continue essa parceria e que consigamos evoluir juntos.

Você falou sobre a dificuldade de jogar só em challengers, que precisou se adaptar a este nível. Só que na estreia em Campinas foi a sua vez de ser o cara mais experiente em quadra contra um jogador que ainda está começando (o espanhol Daniel Rincon, campeão juvenil do US Open em 2021). Deu para sentir que fez diferença essa sua maior adaptação a um maior nível de exigência?

Com certeza, tive que saber aproveitar o ritmo de jogo, o ritmo de intensidade que têm os challengers e com o qual você se acostuma a partir do momento que consegue estar jogando direto, pois se não acontece isso você fica para trás. Antes do jogo era algo que estava na cabeça, sabia que se conseguisse imprimir minha intensidade e constância eu poderia incomodar, como foi no primeiro set e no tiebreaks do segundo. Ele é um menino que joga super bem e com certeza no futuro vai conseguir ter essa constância, algo que pega com o tempo.

 
 
 
 
 
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Em uma temporada com tantos pontos altos, dá para destacar alguma coisa?

Destacaria a final agora em challenger, que era algo que eu vinha buscando. Era uma semana em que estava me sentindo super bem. E também porque é recente e está fresca na memória. Estou tentando aproveitar esses sentimentos para continuar avançando. Destacaria isso e as experiências nos Grand Slam.

Como está seu fim de temporada? Como estão suas metas para a reta final de 2022 e depois para 2023?

Nossa meta antes de começar a temporada era terminar dentro do top 200. Agora estou dentro, mas ainda tenho alguns pontos a defender. Esta é a meta. Agora tenho uma sequência de mais seis torneios depois de Campinas, se estiver me sentindo bem e saudável eu quero jogar todos, que é para somar o maior número de pontos para aproveitar no ano que vem. Deixar tudo neste final de ano que estar perto de casa é bem legal.

Ajuda muito essa questão da proximidade maior dos torneios?

Com certeza, ajuda bastante, principalmente na parte mental, mas também até na parte física, porque conseguimos ter um suporte maior aqui por perto. Estou com meu preparador físico, tem os fisioterapeutas que eu conheço. Vou conseguir levar meu fisio para duas semanas na América do Sul, então é uma coisa que ajuda tanto o corpo quanto a cabeça. Aqui em Campinas estou com minha família, semana que vem vou estar no Rio com minha equipe que é de lá. Já são duas semanas que praticamente não entram na conta, então sete semanas já viram cinco. É uma coisa que os europeus têm lá quase sempre e tentamos igualar um pouquinho isso, ainda mais no final de ano que é quando bate o cansaço de final de temporada.

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