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Tsitsipas culpa aspecto mental por derrotas em 2022
15/12/2022 às 10h55

Abu Dhabi (Emirados Árabes) – Embora tenha terminado o ano como número 4 do mundo e sido o jogador com mais vitórias em 2022, o grego Stefanos Tsitsipas reconhece que não teve uma temporada tão positiva como esperava. Segundo ele próprio, o principal fator para que ele não tenha obtido melhores resultados está diretamente ligado ao aspecto mental.

“Não perdi muitos jogos por causa da minha condição física. A maior parte das derrotas foi por causa das coisas que passam pela minha cabeça. Fisicamente, muitos jogadores estão no mesmo nível. Acho que a diferença tem muito a ver com a preparação mental. Você precisa de comida para o corpo funcionar e precisa alimentar o cérebro para estar apto psicologicamente. O tênis é um esporte muito mental”, frisou em entrevista à Red Bull, uma de suas principais patrocinadoras.

Com 61 vitórias e 24 derrotas em 2022, Tsitsipas repetiu nesta temporada o total de dois títulos que havia vencido no ano passado, conquistando o bi em Monte Carlo e triunfando na grama de Mallorca. Para alcançar voos mais altos em 2023 ele espera trabalhar o lado emocional e ter uma atitude mais positiva em quadra.

“Acho que meu objetivo será me tornar o cara mais positivo do planeta, mas tenho dias em que sou negativo, assim como todo mundo. Para competir, a crítica é importante, gosto de receber. Quando eu era mais jovem, era muito sensível a isso, mas à medida que envelheci, acho que é essencial. É a única maneira de alcançar a perfeição. Quer dizer, a perfeição realmente não existe, mas você pode chegar perto”, disse.

Durante a entrevista, o grego de 24 anos também destacou o que acredita ser sua maior virtude. “Minha grande força é a paciência. Eu acho que isso é algo que esta geração está perdendo. Eu era uma criança bastante hiperativa, mas aprendi com o tempo a desacelerar e pensar nas minhas intenções. Algumas pessoas querem grandes resultados rápido demais e às vezes é difícil administrar isso e ser consistente com esse tipo de mentalidade, mas em tempos difíceis eu me lembro que estou aqui para a jornada, não para o destino.”

Duelos com Nadal foram fundamentais para evolução

Um dos maiores exemplos de força mental da história do esporte, o espanhol Rafael Nadal teve participação direta na mudança de atitude de Tsitsipas, que recordou duas partidas em específico contra o Touro que o ajudaram a evoluir nesse aspecto.

“Houve dois momentos em que me vi na mesma situação com o mesmo adversário, mas era um Stefanos diferente. A primeira vez que enfrentei o Nadal no Aberto da Austrália (nas semifinais de 2019), estava realmente impaciente. Lembro-me de pensar: 'Ok, estou jogando com um dos melhores. Eu realmente preciso me provar e ir em frente'”, relembrou o confronto em que venceu apenas seis games.

“Dois anos depois, voltei a enfrentá-lo no mesmo torneio, desta vez nas quartas de final. Após perder os dois primeiros sets entendi o que estava fazendo de errado. Lembro-me de chegar a um acordo comigo mesmo e dizer: 'Tudo bem, você vai ser paciente, você vai esperar, você vai passar cada minuto na quadra aproveitando o jogo e tornando-o um jogo divertido'. Acabou sendo uma das maiores viradas da minha carreira até hoje”, complementou.

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