Melbourne (Austrália) - Eliminado ainda na segunda rodada do Australian Open, Rafael Nadal sofreu novamente com uma lesão. Desta vez, o problema físico que comprometeu o desempenho do espanhol foi no quadril esquerdo. Aos 36 anos, o espanhol reconhece que o processo de recuperação contra as constantes lesões é algo muito desgastante mentalmente. Ele também afirma que não queria abandonar a partida desta quarta-feira, contra o norte-americano Mackenzie McDonald. Como atual campeão do torneio, preferiu jogar até o fim.
"É o quadril esquerdo. Não sei o que está acontecendo. Se é o músculo, se é uma articulação. Tenho histórico com o quadril, já fiz tratamentos no passado, mas não foi assim. Agora é difícil saber, mas vou fazer os exames.", disse Nadal após a derrota por 6/4, 6/4 e 7/5 para McDonald. "É frustrante e difícil de aceitar. Agora é um momento difícil, mas preciso seguir em frente. No final, não posso reclamar da minha vida de jeito nenhum."
"Se eu não dissesse que estou mentalmente destruído, estaria mentindo. É difícil, mas espero que não seja nada muito grave. Passei por esse processo muitas vezes na minha carreira e estou pronto para continuar, acho. Mas não é fácil", avalia o vencedor de 22 títulos de Grand Slam.
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"Não perguntei ao meu time, tenho idade para tomar minhas próprias decisões. Sendo o atual campeão, não queria deixar a quadra com uma desistência. Eu tentei até o fim. Não sei se venceria a partida em boas condições, teria mais chances, sem dúvida. Mas no final é isso. Tentei, não foi possível", comentou o número 2 do mundo. "Essa é a filosofia e a essência do esporte. E tentei seguir isso durante toda a minha carreira no tênis. Mas é claro que eu também não queria aumentar o dano e não sabia o que estava acontecendo".
Nadal também foi perguntado sobre os sacrifícios a que é submetido para tentar se recuperar de tantos problemas físicos e continuar sendo competitivo. "Eu gosto do que faço. Gosto de jogar tênis e sei que não é para sempre. Gosto de me sentir competitivo e de lutar pelas coisas pelas quais tenho lutado por quase metade da minha vida ou até mais. Quando você gosta de fazer uma coisa, os sacrifícios sempre fazem sentido. Aliás, acho que essa palavra nem caberia aqui. Sacrifício é quando você está fazendo coisas que não quer fazer. E não foi o meu caso".
"Claro que é cansativo e frustrante passar parte da minha carreira no tênis em processos de recuperação e tentando lutar contra tudo isso o tempo todo. Mas aceitei muito bem durante toda a minha carreira e consegui administrar bem. Os últimos sete meses foram, novamente, muito difíceis. Não sei o que pode acontecer no futuro", acrescentou o espanhol.
"Nos últimos sete meses, eu não joguei quase nada. E então, se eu tiver que passar muito tempo fora novamente, vai ser super difícil no final estar no ritmo e ser competitivo e estar pronto para a luta pelas coisas que eu realmente quero lutar. Vamos ver como está a lesão, depois vamos ver como vou conseguir seguir o calendário".