Melbourne (Austrália) - No jogo que encerrou a segunda rodada do Australian Open, Andy Murray e Thanasi Kokkinakis protagonizaram uma batalha de cinco sets e incríveis 5h45 de duração. Foi a segunda maratona para Murray no torneio, apenas dois dias depois de ter vencido o italiano Matteo Berrettini na estreia. A disputa avançou pela madrugada australiana, terminando por volta de 4h da manhã pelo horário local (14h de Brasília), e Murray levou a melhor de virada, com parciais de 4/6, 6/7 (4-7), 7/6 (7-5), 6/3 e 7/5.
Esta é a segunda partida mais longa do Australian Open em toda a Era Aberta, ficando atrás apenas da final de 2012, quando Novak Djokovic superou Rafael Nadal em 5h53. Também se tornou a partida mais longa da carreira profissional de Murray. Um recorde que não foi possível superar é o de jogo que acabou mais tarde na história do torneio, que ainda pertence a Lleyton Hewitt e Marcos Baghdatis, que jogaram até às 4h33 da manhã em 2008.
Murray também conquista sua 11ª virada saindo de dois sets abaixo em partidas de melhor-de-cinco, batendo um recorde que era de Roger Federer. Ele agora é o jogador com o maior número de viradas desse tipo no tênis profissional.
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Cinco vezes finalista do Australian Open, Murray não chegava à terceira rodada em Melbourne desde 2017. Há quatro anos, em 2019, o britânico havia anunciado o fim da carreira e recebido justas homenagens. Mas se recuperou das duas cirurgias no quadril e conseguiu voltar a jogar. Aos 35 anos, o ex-número 1 do mundo ocupa o 66º lugar do ranking.
Seu próximo rival é o experiente espanhol de 34 anos Roberto Bautista Agut, que também venceu um duelo de cinco sets nesta quinta-feira, diante do norte-americano Brandon Holt. O histórico entre o britânico e o espanhol está empatado por 3 a 3. Bautista venceu os dois duelos mais recentes, disputados no ano passado em Doha e na Basileia.
O primeiro set teve apenas uma quebra, apesar de Kokkinakis ter escapado de três break-points e sustentado um longo rali no último ponto da parcial. A vantagem do australiano ficou ainda maior depois que ele venceu um segundo set equilibradíssimo. Murray chegou a salvar três set-points quando perdia por 5/4 e forçou o tiebreak, vencido pelo jogador da casa.
Com uma quebra logo no início do terceiro set e vantagem por 2/0, Kokkinakis parecia encaminhar uma vitória em sets diretos, mas Murray devolveu a quebra de imediato ao vencer um ponto incrível, em que se defendeu de quatro smashes do adversário. Pouco depois, o australiano voltaria a quebrar, fez 5/2 e sacou para o jogo. O britânico não se entregava, buscou o empate e venceu a parcial no tiebreak.
O quarto set começou com games muito longos e oportunidades para os dois lados. Murray escapou de todos os quatro break-points que enfrentou no início da parcial e conseguiu a quebra para fazer 4/2 no placar. O britânico sustentou a vantagem, apesar de ter o serviço novamente ameaçado no momento de sacar para o set. Ele definiu a parcial com um ace de segundo serviço.
Durante o set decisivo, Kokkinakis apostava ao máximo no primeiro saque e disparou 10 aces. Murray utilizava alguns slices de forehand na tentativa de quebrar o ritmo do australiano nos ralis de fundo e teve sucesso na empreitada para criar oito break-points na parcial. O australiano até escapou de algumas chances de quebra no 3/3, mas acabou perdendo o saque no 5/5. Até o momento de sacar para o jogo, Murray não tivera o serviço ameaçado no último set. O britânico manteve o bom desempenho e venceu mais uma enorme batalha.
Kokkinakis fez 37 aces e mais de 100 winners
Nas estatísticas da partida, Kokkinakis disparou 37 aces contra 10 de Murray, e liderou a estatística de winners por 102 a 69. O australiano cometeu 67 erros não-forçados contra 43 do britânico. Ao todo, a partida teve nove quebras de serviço, 5 a 4 para Murray, e um total de 36 break-points.
