Aliviada com a vitória na estreia da chave de duplas do Australian Open, Beatriz Haddad Maia comemorou o resultado ao lado da chinesa Shuai Zhang e concedeu uma entrevista exclusiva a TenisBrasil, na qual revelou ter sentido a pressão na chave de simples, além de ter atuado com uma infecção urinária no US Open do ano passado, quando foi superada por Bianca Andreescu.
Ainda que o foco tenha sido o triunfo na chave de duplas, Bia falou um pouco mais sobre a sua derrota na disputa individual e da importância do seu técnico, Rafael Paciorani, e de seus familiares e amigos no dia seguinte ao revés. "Tivemos um dia de descanso. Tentei entender a lição que foi passada no jogo, aceitar o que aconteceu, ser humilde e trabalhar ainda mais forte no dia seguinte. Hoje eu entrei na quadra para buscar a minha melhor versão".
Bia revelou que não estava nas suas melhores condições no último US Open, quando foi derrotada pela canadense Bianca Andreescu. "Não contei para ninguém da imprensa, mas tive uma infecção urinária contra a Andreescu, e tive um dia bem atípico. Mas assim é o tênis e não conseguimos mudar as coisas no dia do jogo".
E por falar em US Open, a brasileira afirmou que "sentiu a pressão" em Nova York, assim como na partida de estreia na Austrália, contra a espanhola Nuria Parrizas Diaz. "A única vez que me senti bem e preparada em um Grand Slam foi em Wimbledon", disse a atual 14 do mundo.
Derrota para Nuria Parrizas Diaz
A respeito da derrota por 7/6 (13-11) e 6/2 para Nuria Parrizas na última quarta-feira, Bia destacou o aspecto mental. "Me preparei muito bem. Fiz uma pré-temporada de alto nível, inclusive com as jogadoras que estão na terceira rodada do torneio. Eu estava jogando em alto nível. Fiquei chateada porque me sentia pronta para encarar o desafio. Não consegui lidar bem com a pressão, inclusive no dia do jogo eu aqueci e bati super bem, mas durante a partida não consegui reverter os pensamentos e só pensava no resultado".
Segundo Bia, a derrota para a espanhola já faz parte do passado. A brasileira afirmou que tem confiança no seu tênis e que, além de bons resultados nos torneios do Grand Slam, ela quer também altos desempenhos em outros eventos da WTA. "Trabalho vem primeiro que o resultado. É preciso aceitar que falhei e joguei abaixo do esperado. O tênis é assim, mas tenho confiança que estamos trabalhando dia a dia com um tênis de qualidade. Não quero jogar bem apenas os Grand Slam, mas sim todos os torneios do ano. Sei que coisas boas vão acontecer na minha carreira".
Jogo de duplas e parceria com Shuai Zhang
Bia fez uma rápida análise sobre a estreia em duplas. Ela e Zhang venceram a norte-americana Bethanie Mattek-Sands e a canadense Leylah Fernandez por 6/7 (5-7), 6/4 e 6/3 nesta sexta-feira. "Primeira rodada de Grand Slam é sempre jogo duro, ainda mais contra duas jogadores experientes". Após estar perdendo por um set e mais 4/0 na segunda parcial, a brasileira afirmou que era preciso se manter forte mentalmente. "Sabia que teríamos ainda oportunidades na partida e que tínhamos que aproveitá-la".
A brasileira explicou como foi o processo de escolha para a chinesa ser a sua nova parceira de duplas. "Ela me deixa muito confortável em quadra; ao mesmo tempo que ela é competitiva, é alegre e te deixa bem à vontade para jogar o seu jogo. Conversamos no final do ano passado, e como não tinha nenhuma parceira fixa ainda decidimos jogar juntas”, disse a paulistana, que venceu no ano passado o WTA 250 de Nottingham ao lado de Zhang.
Próximo confronto
Cabeças de chave número 7, Bia e Zhang enfrentam na segunda rodada as tchecas Miriam Kolodziejova e Marketa Vondrousova. “É continuar evoluindo e propondo nosso jogo. Fazer o que tem de ser feito de forma racional. A minha parceira é mais velha e tem uma experiência e energia sensacional. Vamos tentar nos impor e deixar tudo em quadra”, finalizou Bia.
