Melbourne (Austrália) – Exatamente dez anos depois do seu bicampeonato no Australian Open, a bielorrussa Victoria Azarenka está novamente nas semifinais em Melbourne. Em busca de sua sexta decisão de Grand Slam (as outras foram no US Open em 2012, 2013 e 2020, ficando com o vice em todas), a ex-número 1 do mundo disse ter recuperado a alegria de jogar tênis, aos 33 anos.
"Estou muito feliz com a partida de hoje, acho que executei muito bem meu jogo. Sinto que definitivamente aprecio mais estar na quadra agora e estou muito animada para jogar novamente uma semifinal aqui e dar o meu melhor", falou aos jornalistas após a vitória contra Jessica Pegula por 6/4 e 6/1 nesta terça-feira.
Segundo Vika, ela passou por momentos difíceis na carreira em que o aspecto mental atrapalhou seu desempenho. No ano passado, ela havia dito que jogava com um pouco de ansiedade. "Acho que você não reconhece imediatamente o problema e isso aumenta até você atingir um ponto muito ruim, onde nada faz sentido. Você se sente meio perdido. Eu estava num estágio em que não conseguia encontrar nada que me fizesse sentir bem comigo mesma, nem mesmo uma frase. Quebrei algumas raquetes depois da minha partida em Ostrava. Esse foi um momento muito difícil para mim."
"A partir de então, eu tentei simplificar. Comecei tentando não ser positiva, apenas neutra, mas também não negativa. Aceitar a ansiedade e o medo que tenho. Fui trabalhando nisso focada no passo a passo ao invés de pular etapas, o que é muito difícil de fazer. Agora estou muito feliz, porque o processo pelo qual estou passando me faz sentir confiante e feliz comigo mesma, e isso me ajuda a ser mais aberta, mais receptiva e compassiva. 'Compaixão' era uma palavra muito difícil de entender", acrescentou a bielorrussa.
Ainda sobre o assunto, Azarenka afirmou que as crises de ansiedade aconteciam tanto quando estava em quadra quanto fora dela. "Eu diria que isso está definitivamente conectado. Eu sinto que a quadra de tênis, provavelmente para todos, mas para mim especialmente, desencadeia muitos desses medos, muita ansiedade. Quando você chega em um momento de alta pressão e estresse, emoções estranhas surgem."
Chances de conquistar o tri em Melbourne
Uma década após conquistar o seu segundo e último troféu de Slam até aqui, Vika tem a chance de novamente disputar uma decisão de Australian Open, mas ela prefere não pensar nisso antes de enfrentar a cazaque Elena Rybakina pela semifinal.
"Muito cedo para pensar nisso. Acho que minha resposta às perguntas anteriores dá um vislumbre de como estou mentalmente, tentando trabalhar no processo. Eu realmente não quero levar minha mente para lá e prefiro me concentrar em algo que funcione para mim, que me mantenha focada, calma e em paz", finalizou.