Melbourne (Austrália) -  Sania Mirza espera encerrar sua carreira em seus próprios termos. A ex-nº 1 de dupla havia anunciado há duas semanas seu plano de se aposentar do tênis profissional no torneio de Dubai no mês que vem. O WTA 1000 começa em 19 de fevereiro. Mirza inicialmente pretendia pendurar a raquete no final da temporada passada, mas uma lesão no cotovelo a tirou do US Open e a forçou a encerrar 2022 já em agosto.

Seis vezes campeã de Grand Slam, três em duplas e três em duplas mistas, Mirza se inscreveu no Aberto da Austrália em dupla feminina, ao lado da cazaque Anna Danilina, e na dupla mista, ao lado do veterano compatriota Rohan Bopanna, em que nesta quinta-feira disputa a final contra os brasileiros Rafael Matos e Luisa Stefani.

Mirza, de 36 anos, que mora em Dubai há mais de uma década, buscará se despedir do esporte nos Emirados, onde competiu por muitos anos diante de sua enorme base de fãs. “Eu ia parar logo após as finais do WTA, mas rompi o tendão do cotovelo logo antes do US Open, então tive que desistir de tudo”, comentou na ocasião ao wtatennis.com. “E honestamente, gosto de fazer as coisas do meu jeito. Portanto, não quero ser forçada a sair por lesão. Então eu tenho treinado.” Mirza também vinha lidando com um problema persistente na panturrilha.

Em entrevista recente com "Curly Tales Middle East", Mirza explicou por que ela acredita que agora era o momento certo. “Tenho 36 anos e, honestamente, meu corpo está exausto, essa é a principal razão para isso”, disse Mirza. “E eu realmente não tenho mais a capacidade de forçar tanto emocionalmente. Tornei-me profissional em 2003. As prioridades mudam e agora minha prioridade não é levar meu corpo ao limite todos os dias.

Mãe do menino Izhaan, de 4 anos, Mirza inaugurou recentemente uma academia de tênis em Dubai, que já opera em três locais, e se aventurará em mais dois bairros nas próximas semanas. “Estamos tentando espalhar e levar o tênis para a casa das pessoas, e esse é realmente o plano”, disse Mirza, que alcançou a 27ª posição no ranking mundial de simples. “Eu sinto que por que não temos jogadores saindo dos Emirados Árabes Unidos quando você tem dinheiro, infraestrutura, tudo, mas não tem jogadores?” disse Mirza. “Existe um problema em algum lugar, então temos que explorar o problema, seja ele qual for, e tentar fazer parte de uma solução. Para mim é importante compartilhar minha experiência nos lugares onde moro, por isso tenho uma academia em Hyderabad, desde 2013, e outra em Dubai.”