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Stefani da frustração ao título: 'Foco 100% na mista'
27/01/2023 às 06h44
Diego Diegues
Especial para TenisBrasil

Quando Luísa Stefani e Rafael Matos entraram na Rod Laver Arena, na manhã de sexta-feira, o intuito era de fazer história. Até então, a única parceria nacional a jogar uma final de Slam nas mistas foram Cláudia Monteiro e Cássio Motta no saibro de Roland Garros em 1982. E depois de quase uma hora e meia de partida, o Brasil tem uma dupla totalmente brasileira campeã de Grand Slam.

Único veículo de comunicação brasileiro na cobertura do Australian Open, TenisBrasil falou com exclusividade com Stefani e Matos após a partida. Eles comentaram da emoção em conquistar seu primeiro Grand Slam, de como formaram a parceria ainda em novembro do ano passado e como Luísa foi da tristeza a felicidade em menos de duas semanas.

A paulista de 25 anos viveu uma montanha russa de sentimentos desde que chegou em Melbourne. Da frustração no início do torneio, quando a parceira norte-americana Caty McNally desistiu de jogar com ela por lesão na coxa, à felicidade pela conquista do título. Ela destacou a importância de Matos e de seus familiares nas 24h seguintes da desistência, descrita por ela como um grande “baque”.

“Fiquei triste. Fiquei abalada. Muito chateada. Não vou negar, chorei bastante, mas ao mesmo tempo sabia que estava fora do meu controle. Mas na mista estava ao lado de um parceiro muito fera e estávamos confiantes desde o início. Deixei a decepção de lado e botei toda essa vontade na mista, porque estava super animada para jogar meu Grand Slam favorito".

Quando Stefani ainda se recuperava da contusão no joelho, Matos fez uma breve consulta para saber se a brasileira tinha interesse em jogar duplas mistas na Austrália. O fato da United Cup promover as duplas mistas como parte do torneio foi ainda mais importante para que os brasileiros ganhassem entrosamento e ritmo de jogo. "Fiquei muito animada porque estava me reabilitando e vi que tinha pessoas que queriam estar jogando comigo. Isso te dá a confiança de que você vai voltar com pessoas que querem estar ao seu lado e me motivou bastante. Deu super certo”.

Vitória sobre experiente dupla indiana na final

O título foi ainda mais valorizado, pois na final derrotaram Sania Mirza, lenda do tênis indiano e ex-número um de duplas, e Rohan Bopanna, outro ícone do esporte local, de 42 anos e dono de 22 títulos na carreira, por 7/6 (7-2) e 6/2 nesta sexta-feira. “Uma honra jogar contra duas lendas do tênis. Super campeões. Toda experiência que eles têm, e mesmo assim a gente percebeu que estavam tão nervosos quanto nós”, afirmou Rafel Matos.

"Difícil de descrever o que estou sentindo. Desde pequeno tu sonha com momentos assim e quando se torna realidade é difícil botar em palavras. É muito gratificante. Felicidade tremenda olhar para trás e ver o tanto que você trabalhou. Essas duas semanas aqui trabalhamos muito focados no nosso objetivo. Estou muito feliz com o resultado e o desempenho”, acrescentou o gaúcho de 27 anos.

Apesar do nervosismo das duas partes, a dupla brasileira afirmou que ter vencido o primeiro set no tiebreak foi fundamental para a conquista do título. “Um jogo muito duro. Estávamos nervosos por jogar a primeira final de Grand Slam. Então acho que ter ganho aquele tiebreak no primeiro set foi importante para levar o momento de forma para o segundo”, comentou Stefani.

Por sua vez, Matos ressaltou a importância da quebra de saque no 1/3, já no segundo set, após um longo rally, onde Bopanna acabou cometendo o erro não-forçado na rede. "Começamos bem com a quebra na frente. Por conta do nervosismo, demos uma vacilada e entramos no jogo deles. Acho que no segundo set após a quebra, conseguimos dar uma soltada e dominar a partida”.

Vale lembrar, que o título não contará pontos para o ranking de duplas, tanto no masculino como no feminino, contudo Stefani e Matos dividem uma premiação em dinheiro de US$ 106 mil dólares, além é claro do troféu de campeão de duplas mistas do Australian Open.

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