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Djokovic iguala recorde com 22º Slam e volta ao nº 1
29/01/2023 às 08h42

O décimo título no Australian Open faz com que o sérvio iguale e recorde de Rafael Nadal em troféus de Grand Slam

Foto: Tennis Australia

Melbourne (Austrália) - A vitoriosa carreira de Novak Djokovic ganhou números ainda mais expressivos neste domingo, quando o sérvio conquistou seu 10º Australian Open e o 22º troféu de Grand Slam, igualando assim o recorde de maior número de títulos em torneios deste porte. De quebra, ele também voltará ao topo do ranking mundial. Para isso, Djokovic venceu a final em Melbourne contra o grego Stefanos Tsitsipas, número 4 do mundo, por 6/3, 7/6 (7-4) e 7/6 (7-5) em 2h55 de partida na Rod Laver Arena.

Djokovic agora divide o recorde de número de títulos de Grand Slam com o rival espanhol Rafael Nadal, ambos com 22 conquistas. Atrás deles, ficou Roger Federer com 20. Além dos dez troféus na Austrália, o sérvio tem sete de Wimbledon, três do US Open e mais dois de Roland Garros. Djokovic acumula 28 vitórias seguidas no Australian Open e não perde um jogo pelo torneio desde 2018. Seus outros nove títulos em Melbourne foram em 2008, 2011, 2012, 2013, 2015, 2016, 2019, 2020 e 2021.

Recordista de semanas como número 1 do mundo, com 373 no total, Djokovic não liderava o ranking desde junho do ano passado. Ele iniciou o Australian Open na quinta posição, mas sem pontos a defender, já que não disputou a edição passada. A chegada do sérvio à liderança encerra um período de 20 semanas com o jovem espanhol de 19 anos Carlos Alcaraz ocupando o topo do ranking.

Terceiro tenista da história com 10 títulos no mesmo Slam
Maior campeão do Australian Open, Djokovic é o segundo homem a vencer 10 ou mais títulos no mesmo Grand Slam. O primeiro foi Rafael Nadal, com seus 14 títulos de Roland Garros. E além deles, a australiana Margaret Court, dona de 24 títulos de Slam no tênis feminino, acumula 11 conquistas em casa.

Agora com 93 títulos de ATP em 132 finais disputadas, o experiente jogador de 35 anos ainda supera a marca de Nadal no circuito e agora é o quarto maior vencedor de torneios. À frente dele, aparecem apenas Jimmy Connors com 109, Roger Federer com 103 e Ivan Lendl com 94.

Sérvio perdeu apenas um set durante o torneio
Apesar de ter chegado ao Australian Open com dúvidas sobre suas condições físicas, por conta de uma lesão muscular na coxa esquerda sofrida há três semanas, na semifinal de Adelaide, Djokovic perdeu apenas um set no torneio. Isso aconteceu contra o francês Enzo Couacaud ainda na segunda rodada, quando o incômodo na perna era ainda mais evidente.

Na primeira semana, o sérvio também passou por Roberto Carballes e Grigor Dimitrov. A partir das oitavas, as oscilações físicas ficaram mais raras, e também ele venceu por 3 a 0 as partidas contra Alex de Minaur, Andrey Rublev e Tommy Paul.

11 vitórias em 13 jogos contra Tsitsipas no circuito
Superado por Djokovic neste domingo, Stefanos Tsitsipas disputou sua segunda final de Grand Slam aos 24 anos. Ele também havia perdido para o sérvio na decisão de Roland Garros em 2021. O histórico de confrontos agora marca 11 a 2 para Djokovic, que tem 10 vitórias seguidas. O grego também teria a chance de chegar ao topo do ranking em caso de título. E também poderia se tornar o primeiro jogador de seu país a vencer um Grand Slam. 

Quanto vale o título do Australian Open
O título em Melbourne vale 2,97 milhões de dólares australianos, o que equivale a US$ 2,11 milhões pela cotação atual, e 2 mil pontos no ranking. O vice-campeão recebe o equivalente a US$ 1,15 milhão e mais 1.200 pontos. Com sua vitoriosa carreira, Djokovic já recebeu mais de US$ 164 milhões em premiações no circuito. Já Tsitsipas, que tem nove títulos na carreira, acumula um prêmio de US$ 23,6 milhões.

Domínio no primeiro set, virada no segundo e equilíbrio no terceiro

Tsitsipas liderou a estatística de aces na partida por 15 a 7, e também a de winners por 40 a 36. Mas o grego cometeu 42 erros não-forçados contra 22 do sérvio. A partida deste domingo teve apenas três quebras de serviço, duas para Djokovic, que criou cinco break-points, e só perdeu um game de serviço.

O primeiro set foi amplamente dominado por Djokovic, que não enfrentou break-points e cedeu apenas cinco pontos em seus games de serviço. O sérvio já começou a partida colocando pressão sobre os games de saque de Tsitsipas e não demorou para conseguir a única quebra da parcial. Ele abriu 3/1 no placar e sustentou a vantagem até o fim do set sem correr riscos. Cada jogador fez nove winners no set, mas o grego cometeu 11 erros não-forçados contra apenas sete do sérvio.

Com mais equilíbrio, o segundo set seguiu inteiramente sem quebras até o tiebreak. Tsitsipas não enfrentou break-points, mas vai lamentar muito a passividade que teve em sua única chance de quebra na parcial. O grego chegou a ter um set-point quando vencia por 5/4 e disputou um rali com 15 trocas de bola, em que ficou muito na defensiva e sem tomar a iniciativa do ponto. Melhor para Djokovic, que encontrou a paralela aberta e se salvou com um winner de forehand.

Durante o tiebreak, Tsitsipas jogou muito mal e cometeu cinco erros não-forçados, quatro deles de forehand. E olha que o sérvio ainda lhe deu uma chance. Djokovic liderava por 4-1 e saque quando perdeu dois pontos seguidos, com um erro de backhand e uma dupla falta. Mesmo assim, a instabilidade do rival possibilitou ao agora decacampeão ampliar sua vantagem na partida. Tsitsipas tinha 13 a 10 em winners no set, mas fez 17 erros contra 11.

Com dois sets a zero de vantagem, Djokovic tinha também o histórico a favor. Afinal, sofreu apenas uma virada em partidas assim, para Jurgen Melzer no saibro de Roland Garros em 2010. Não faltaram luta e vontade de vencer para Tsitsipas, que conseguiu uma quebra de serviço logo de cara, mas o sérvio buscou o empate de imediato. Por diversos momentos, a árbitra sueca Louise Engzell precisou advertir e controlar as manifestações do público, inclusive entre primeiro e segundo saques e também durante a disputa dos pontos. 

A parcial seguiu equilibrada e o grego fez dois ótimos games de saque, quando perdia por 5/4 e 6/5, para forçar um novo tiebreak. Novamente, Djokovic abriu grande vantagem logo cedo. Ele encaixou um winner de devolução na paralela e contou com um erro de Tsitsipas com o forehand para fazer 3-0. Depois, sacou muito bem em dois pontos seguidos e estabeleceu 5-0 no placar. Bastou, então, manter o serviço e jogar com margem de segurança para conquistar mais uma vitória e o 22º título de Grand Slam da carreira. 

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