Buffalo (EUA) - A atual número 4 do mundo Jessica Pegula se abriu sobre os problemas de saúde que sua mãe, Kim, teve no ano passado. Em uma carta publicada no The Players' Tribune, a tenista revelou que a mãe sofreu uma parada cardíaca em junho. Ela conta que sua irmã, Kelly, realizou os primeiros socorros até a chegada dos paramédicos, e afirma que essas ações "salvaram a vida" de Kim.
Pegula acrescentou que foi estimulada a compartilhar a história de sua família, cujos detalhes foram mantidos em sigilo, exceto pela notícia da hospitalização, depois que o jogador do Buffalo Bills, Damar Hamilin, sofreu uma parada cardíaca em campo durante um jogo da liga de futebol americano (NFL), em janeiro.
It felt like it was time. Thank you to @PlayersTribune for sharing this story ♥️ https://t.co/dUxiUHaFuk
— Jessie Pegula (@JLPegula) February 7, 2023
"Mandei uma mensagem para meu marido, Taylor, dizendo que a situação com minha mãe estava pesando sobre mim", escreveu Pegula. "Quando poderíamos começar a falar sobre isso? Quando poderei contar a história dela e da minha família? Todo mundo ficava me perguntando. E eu realmente precisava desabafar".
"No Australian Open de 2023, decidi usar um emblema com o número 3 para homenagear Damar Hamlin. Ironicamente, eu era a número 3 do mundo na época. No entanto, não era apenas por isso. Senti como se fosse para minha mãe também", explicou a jogadora de 28 anos.
A tenista quase ficou fora de Wimbledon
Pegula conta que quase não jogou em Wimbledon no ano passado, por conta do estado de saúde da mãe. "Meu pai não queria que eu jogasse, mas eu sabia que minha mãe ficaria chateada se eu desistisse por causa dela. Eu ainda queria jogar se soubesse que ela estava bem".
"Joguei em Wimbledon e ganhei minhas duas primeiras rodadas. Eu estava com uma terrível sinusite, provavelmente devido ao estresse do que tinha acontecido e por ficar duas semanas morando no hospital. Tive que lidar com muitas especulações e perguntas sobre a saúde dela, até mesmo descartando rumores de que ela havia morrido. Não foi necessariamente a minha experiência mais divertida em Wimbledon. Tive algumas boas vitórias e fiquei orgulhosa de poder viajar e competir, considerando a situação".
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Mãe ainda precisa de cuidados
Atualmente, Kim Pegula está lidando com uma significativa afasia expressiva e perda de memória como resultado do incidente, e embora a tenista escreva que está "melhorando a cada dia", ela reconhece que isso continua a ser uma experiência desgastante para toda a família.
"De repente, parei de pensar em 'Vamos comemorar a minha vaga no top 10' para 'Será que eu preciso começar a pensar no meu pós-carreira muito mais cedo do que esperava?', 'Meu pai e minha família precisam de ajuda?' ou ainda 'Talvez eu devesse voltar a estudar e trabalhar para a família'", escreveu ela. "Tenho 28 anos e tenho orgulho de ser capaz de lidar com todas as situações que me aparecem".
A emoção da conquista do primeiro WTA 1000 da carreira em Guadalajara e o apoio recebido pelas pessoas mais próximas também foram destaques da carta. "Depois do jogo, eu estava chorando incontrolavelmente no vestiário. Não sou uma grande chorona, mas chorei. Foram lágrimas de alegria. Durante a premiação, dediquei o título à minha mãe".
"Foi um ano difícil, mas ao mesmo tempo me sinto sortuda e abençoada. Sou grata por ela ainda estar conosco, enquanto outras famílias não tiveram tanta sorte. Sou muito grata aos médicos que ajudaram em sua recuperação, grata por ela agora estar em casa e por poder assistir aos Bills, aos Sabres e às minhas partidas de tênis. Ela nunca assistia às minhas partidas antes, porque ficava muito nervosa. Agora ela assiste a todas elas. Obrigada a todos que respeitaram a privacidade e mostraram a mim e à minha família um tremendo apoio ao longo desta jornada".