Lyon (França) - Depois de terminar a temporada passada com dois títulos seguidos de torneios WTA 125, a norte-americana Alycia Parks deu sequência à boa fase com o título do WTA 250 de Lyon no último domingo ao vencer a top 5 Caroline Garcia na final. A jogadora de 22 anos saltou 28 posições e apareceu no 51º lugar do ranking mundial, a melhor classificação de sua carreira.
A jogadora de Atlanta, depois da decepção de sair do top 150 no ano passado, decidiu pegar um avião e ir jogar na Europa para tentar mudar a situação. Deu certo. Sua ascensão no final da temporada 2022, começou em Ostrava, na primeira semana de outubro, quando conquistou a primeira vitória sobre uma top 10 diante de Maria Sakkari para chegar às quartas de final do WTA 500. Ela perdeu para a eventual campeã Barbora Krejcikova, mas conquistou o título de duplas com Caty McNally.
Foi uma semana louca para Parks. "Normalmente, quando as coisas começam a ficar complicadas para mim, sei que algo bom está para acontecer, porque é apenas Deus me testando", disse ao WTA Insider. "Quando fui para Ostrava, estava em paz. Quando estou em paz, tenho uma mente clara. Algo clicou lá para mim. Adorei a sensação de como estava jogando em Ostrava, então disse, ‘tenho que me lembrar desse momento’. Peguei aqueles momentos e levei para os outros torneios".
Alycia sabia que queria ser tenista profissional desde o início. Seu pai Michael, um ex-jogador de basquete, a treinou ao longo da carreira. Parks é 17 meses mais nova que a irmã Mikayla, e as duas encontraram seu caminho para o tênis através da mãe, Erica.
"Na escola primária, eu tirei todos os A's e toda vez que tirávamos todos os A's, meus pais nos levavam à loja de brinquedos. Demorei uma hora para escolher alguma coisa. Minha mãe disse ‘Apresse-se ou vou escolher algo por você’. Ela simplesmente olhou para baixo e eram duas raquetes de tênis e três bolas. Ela sabia que eu e minha irmã gostávamos de brincar ao ar livre e tínhamos uma quadra de tênis em nosso bairro. Ela nos levou lá e ficou lendo seu livro, ouvindo a nossa troca de bolas. Ela ligou para meu pai e disse, ‘acho que elas são muito boas no tênis.’
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Parks jogou todos os esportes quando criança, mas foi a natureza individual do tênis que a atraiu. "Eu queria me tornar tenista profissional aos sete anos de idade. Quando eu bati na bola pela primeira vez, foi quando eu soube”, garantiu a jogadora de 22 anos.
A carreira juvenil da tenista foi curta, com apenas oito torneios e nenhum Grand Slam disputado. "Não fizemos o circuito juvenil porque, na época, eu estava em crescimento e sempre tive problemas no joelho. Meu pai queria evitar lesões. Apenas treine e se prepare para os profissionais. Então foi isso que fizemos e aqui estou agora”, explicou.
"Minha irmã também jogava, então a gente se pressionava. Não íamos pela competição que existia porque estávamos sempre competindo uma com a outra. Quando você tem uma irmã que sempre quer vencer e vice-versa, eu acho que isso coloca você em um elemento diferente. Então, quando entrei no circuito profissional, o nível não foi realmente uma surpresa."
A história das irmãs Park é semelhante à das irmãs Williams. "Quando assisti ‘King Richard’, havia muitas cenas que pareciam familiares. Nós meio que fizemos dessa maneira também. Foi tão estranho porque era muito semelhante."
Quando adolescente, ela foi convidada para dublê de Serena Williams em um comercial da Gatorade. "Durante o US Open foi muito bom bater bola com as duas. Serena especialmente, porque eu a admiro. O que você pode fazer além de admirá-la? Ela é literalmente tênis."
Tendo começado 2022 na 237ª posição, Parks descreveu aquela temporada como "Eu vs. Eu", sem nunca perder a fé.
"Eu sempre faço uma hashtag, #WalkByFaith (Caminhe com Fé), no Instagram. Algo me disse para ir para a Europa e jogar os 125s. Cheguei às semifinais em Valência (um ITF W80) e depois fui para Andorra e venci”, lembrou.
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"Talvez seja por isso que Deus não me permitiu vencer o Valência, porque provavelmente disse: ‘OK, Alycia, você tem títulos da ITF. Eu sei o quanto você quer isso, mas na próxima semana você vai ganhar seu primeiro título WTA 125, algo que você nunca fez antes. Você ganhou títulos da ITF, e isso é fofo, mas um título da WTA é um degrau maior.’ É assim que eu vejo. Então, quando digo andar com fé ou ter um pouco de fé, isso prova isso”.
Parks está com a confiança em alta e projeta o top 10 neste ano, inspirada pela número 1 do mundo Iga Swiatek e pela compatriota Sloane Stephens. "Adoro a maneira como Iga joga. Sou muito próxima de Sloane. Sempre conversamos e ela sempre diz algo positivo."
Ela está ansiosa pela chance de enfrentá-las. "Estou ansiosa para ter a oportunidade de jogar nas chaves principais, pois ter de passar pelos quali é duro. Acho que é por isso que estou mais animada, porque quando estou bem descansada, é quando é difícil me parar.”