Notícias | Dia a dia
O esporte anula a vaidade? Uma reflexão necessária.
18/04/2023 às 08h42

Com o passar dos anos, a vaidade dentro do esporte foi sendo cada vez mais aceita. É cada vez mais comum se ver tenistas, futebolistas, pilotos ou jogadores da NBA, esporte com grande visibilidade tanto nas redes sociais como na televisão, exibindo produtos chamativos, que a maioria encara mais como 'marketing' do que como gosto pessoal.

No mundo tão midiático de hoje, onde qualquer ação pode ganhar enorme repercussão, a questão de quanto a vaidade pode afetar o desempenho esportivo precisa ser debatido. Por vezes, cortes de cabelo, joias pessoais, tatuagens, entre outras características, acabam ganhando um destaque maior do que o próprio potencial dos jogadores.

Afinal, será que a vaidade de um atleta interfere em algo? Ou ela deveria ser desconsiderada pelo público que acompanha os esportes? Há muitos exemplos curiosos no mundo dos esportes e principalmente no tênis.

Contexto geral
Quando se fala em reação do público diante de um atleta de primeira linha, é interessante lembrar do que ocorreu com a japonesa Naomi Osaka em 2021, quando a tenista já havia ganhado manchetes por todo o mundo devido a seu grande desempenho dentro das quadras.

Personalidade geralmente reservada, Naomi pintou o cabelo de rosa e postou uma foto com o visual novo em seu Instagram. Houve reações de todo o tipo, incluindo muitos elogios. Porém, parte do público fez comentários negativos na publicação de Naomi e alegavam que o visual não era adequado para uma atleta profissional.

O que nos leva ao questionamento que deu origem a este artigo: o esporte anula a vaidade? Ou será apenas uma questão de manter seu nome em evidência?

Casos cada vez mais comuns
Osaka não manteve o visual por muito tempo, mas é importante lembrar que a vaidade está sim presente nas quadras do circuito. Um jogador que chama a atenção é o alemão Alexander Zverev, que costuma jogar com várias correntes no pescoço, uma delas muitas vezes sendo mordida enquanto executa um golpe ou acontece um momento de frustração.

Isto mostra que a vaidade está longe de interferir na capacidade dos jogadores. Evidentemente, jogar uma partida utilizando joias pessoais pesadas que prejudiquem os movimentos, por exemplo, pode não ser uma boa ideia.

Mas, o uso desses artefatos em geral, assim como cortes de cabelo diferentes e tatuagens, não diz respeito à capacidade dos atletas. No circuito feminino cada vez mais se vê jogadoras exibindo tatuagens, e de porte bem visível.

Há ainda de se destacar Rafael Nadal. Patrocinado por uma requintada marca de relógios, o supercampeão espanhol trouxe de volta ao tênis um costume lá da década de 1970, no começo do profissionalismo, quando era bastante comum os tenistas disputarem partidas de relógio.

Claro que neste caso não é apenas um caso de estética ou vaidade, mas de milhões de dólares. As empresas patrocinadoras muitas vezes usam de estratagemas sutis para destacar seus produtos no corpo de atletas de grande apelo popular.

Conclusão
Caso bastante curioso aconteceu na Fórmula 1. Alegando razões de segurança, a entidade que controla a categoria exigiu que o britânico Lewis Hamilton parasse de competir com seu 'piercing'.

A medida trouxe mais luz sobre a discussão sobre o fato de que o esporte não anula a vaidade. As decisões estéticas de jogadores – como foi o caso de Osaka ou de Hamilton – não devem ofuscar a habilidade que eles possuem.

As marcas esportivas correm justamente o caminho contrário e utilizam os grandes atletas como vitrine. No circuito de tênis, Nadal, Novak Djokovic e o aposentado Roger Federer têm coleções inteiras de produto, renovadas anualmente, e costumam vestir modelos inusitados a cada importante competição que disputam.

Preocupados com sua imagem, os tenistas interferem nessa escolha pessoalmente ou através de seus agentes, o que mostra uma combinação mais adequada de marketing com a vaidade de cada um.

Apesar de existirem regras que com certeza precisam ser seguidas dentro das quadras ou das pistas, características que não interferem no jogo devem ser desconsideradas. O foco primordial nos campeonatos é o desempenho dos atletas. Característica que, dificilmente, será afetada por conta da vaidade individual que cada um possui.

Comentários