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Amor à filha e ao país motivam a volta de Svitolina
10/05/2023 às 15h10

Bicampeã em Roma, Svitolina se despediu ainda na partida de estreia na edição deste ano

Foto: WTA

Roma (Itália) - A ucraniana Elina Svitolina desfruta uma nova vida desde o nascimento da filha Skaï em outubro passado, apesar do cenário de destruição em seu país, após a invasão russa.

A tenista de 28 anos e ex-número 3 do mundo está de volta ao circuito e ao que ela descreve como "uma missão". Tornar-se mãe destacou a necessidade de tentar tornar o mundo um lugar melhor e essa é a força motriz de Svitolina atualmente.

"De todas as formas possíveis, quero garantir que a Ucrânia ainda seja notícia", disse ela antes do WTA 1000 de Roma, onde a bicampeã foi derrotada pela compatriota Lesia Tsurenko por 6/4 e 6/3 na estreia. "Jogar torneios, tentar organizar eventos paralelos, conectar-me com as pessoas nos eventos - isso é muito importante. A guerra continua, então precisamos continuar ajudando as pessoas", afirmou Svitolina em entrevista a Alex Macpherson para a página da WTA.



Quando Svitolina é questionada sobre o que ela mais aprendeu sobre si mesma nos últimos 15 meses, a resposta é abrangente. "Temos que valorizar nossos corpos. Em nossos corpos, somos capazes de coisas impossíveis. Todos esses momentos juntos que temos, temos que apreciá-los porque você nunca sabe o que virá a seguir", afirmou a ucraniana, que ocupa o 540º lugar do ranking e disputou uma semifinal de WTA 125 na semana passada em Saint Malo.

Durante a licença maternidade, Svitolina se dedicou à arrecadação de fundos para a Ucrânia. Ela aproveitou todas as conexões dela e de sua equipe e viajou incansavelmente de um evento para outro para firmar o apoio dos mundos do esporte, política, negócios e realeza.

Em dezembro passado, a terceira edição beneficente da Fundação Elina Svitolina foi realizada em Mônaco sob o patrocínio do Príncipe Albert II. Em janeiro, ela apareceu na Casa Ucrânia, em Davos, Suíça, ao lado do vice-presidente Mykhailo Fedorov, e Dara Khosrowshahi, CEO da Uber.

A coisa mais importante que sua profissão lhe ensinou? "Ajuste constante", disse Svitolina. "Pode estar ventando, pode chover, você pode esperar por seis ou sete horas. Mas você tem que estar pronto para qualquer coisa que aparecer em seu caminho."

A missão que abraçou é exigente e seu marido, o francês Gael Monfils, cujo apoio Svitolina diz ter sido inestimável durante esse período, a aconselhou a "desacelerar" em determinado momento. Mas sua gravidez estava indo bem e, de qualquer forma, a arrecadação de fundos a distraiu.

Ela arrecadou mais de 1 milhão de euros entre a Fundação Elina Svitolina e a United24, a plataforma criada pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy da qual ela atua como embaixadora. O dinheiro foi para projetos como a reconstrução de casas incendiadas em Irpin, onde mais de 1.000 prédios foram destruídos no ataque russo à cidade.

Em fevereiro, Svitolina foi ainda mais fortalecida ao receber um prêmio do presidente Zelenskiy por seus esforços. "Foi um grande momento para mim", disse ela. “Sinal de que estou fazendo algo de bom para o meu país e para o meu povo. Me motivou ainda mais a fazer o que estou fazendo."

A consciência política de Svitolina é anterior à invasão de seu país. Ela sempre quis entender melhor como o sistema funciona. "É algo sobre o qual você deve se educar porque está sempre mudando. Você precisa entender o que realmente está acontecendo em seu país e no mundo."

Assim, a ideia de que esporte e política são separados não é algo com o qual Svitolina concorda, menos ainda agora. A ucraniana acha positiva a mistura de política e esporte e está usando o tênis como um veículo para lutar por algo maior, pela sobrevivência de seu país, o sustento de seu povo e pelo mundo em que sua filha crescerá.

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