Paris (França) – Especialista no saibro e um dos grandes rivais de Gustavo Kuerten, o espanhol Juan Carlos Ferrero está comemorando os 20 anos do seu primeiro e único título de Grand Slam, conquistado justamente em Roland Garros, em 2003. Agora de volta ao torneio parisiense como treinador do número 1 do mundo, Carlos Alcaraz, o Mosquito recordou alguns detalhes daquela inesquecível campanha.
“Absolutamente não [dá para acreditar que se passou tanto tempo]. Eu lembro como se fosse ontem. É o torneio no qual tenho ótimas lembranças desde a primeira vez que vim aqui, mesmo jogando o qualificatório. Eu vinha com meu pai quando tinha 14 anos para ver algumas partidas, e voltar mais tarde para disputá-lo e ainda vencê-lo... será sempre muito especial para mim”, disse em entrevista coletiva neste domingo.
Derrotado na decisão do ano anterior pelo compatriota Albert Costa, Ferrero chegou mordido em 2003 e conseguiu dar o troco na semifinal, depois de ter deixado pelo caminho nomes importantes como os chilenos Nicolás Massú e Fernando González e o britânico Tim Henman. No duelo final, teria pela frente o surpreende holandês Martin Verkerk, então 46º colocado na ATP e que despachou o número 4 Carlos Moyá nas quartas e o argentino Guillermo Coria, cabeça 7, na semi.
Bastante pressionado para enfim faturar Roland Garros, Ferrero, ainda com 23 anos de idade, encarou o nervosismo e bateu Verkerk por fáceis 3 sets a 0, parciais de 6/1, 6/3 e 6/2, erguendo o maior troféu de sua carreira.
“[A pressão] estava lá, absolutamente. Ele talvez não fosse o favorito, mas ao mesmo tempo eu lembrava que ele venceu Coria e Moya, então na minha cabeça era um misto de pensamentos que poderia me fazer duvidar um pouco. Claro que eu estava nervoso, mas acho que ficar nervoso é bom, ficar um pouco preocupado com o que vai acontecer é bom pra você ficar mais atento. Foi ótimo, e acho que joguei no nível que precisava para ganhar o título, finalmente”, relembrou sorrindo.