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Bia vira e é a 1ª brasileira nas quartas desde 1968
05/06/2023 às 10h01

Paris (França) - Em mais uma batalha de altos e baixos em Roland Garros, a paulista Beatriz Haddad Maia novamente mostrou poder de superação e buscou uma grande virada para cima da espanhola Sara Sorribes, que também oscilou e acabou superada pela brasileira em jogo disputadíssimo que abriu a segunda-feira na quadra Suzanne Lenglen e terminou com o placar final de 6/7 (3-7), 6/3 e 7/5, após 3h51 de embate, garantindo vaga nas quartas de final.

Se ao alcançar as oitavas Bia encerrou um jejum de 44 anos sem brasileiras indo tão longe em Roland Garros, ao chegar às quartas ela quebra uma escrita ainda maior e se torna a primeira do país a figurar entre as oito melhores em Paris desde 1968, quando Maria Esther Bueno teve campanha similar. A ‘Bailarina do Tênis’ também foi a última brasileira a chegar nas quartas em Grand Slam, na campanha que a levou até a semi do US Open, também em 1968.

A próxima rival no caminho da brasileira será a tunisiana Ons Jabeur, que mais cedo dominou a norte-americana Bernarda Pera e gastou apenas 63 minutos para triunfar em sets diretos. Será a terceira vez que elas medirão forças no circuito e Bia tentará uma vitória inédita, tendo perdido os dois embates anteriores, o primeiro deles em um torneio menor em Joue-Les Tours, em 2016, e o mais recente neste ano no WTA 500 de Stuttgart, também pelas quartas de final.

Bia teve um sólido começo de partida, conseguiu se impor em quadra ditando os pontos com o forehand e assim construiu uma sólida vantagem, anotando uma quebra no terceiro game e outra no sétimo para então sacar para fechar com 5/2 no placar. Porém, a partir de então o jogo mais defensivo de Sorribes passou a fazer mais efeito e a espanhola conseguiu balançar mais a paulista para sair do buraco. Ela devolveu o primeiro break no oitavo game e o segundo no décimo, buscando o empate.

Depois de deixar escapar a confortável vantagem, a canhota paulista conseguiu nova quebra e sacou para fechar o set pela terceira vez, mas também pela terceira vez acabou falhando e levou o break de volta, sem ter um set-point sequer. A definição foi então para o tiebreak, no qual Sorribes fez uma grande apresentação, mostrou respostas para os potentes ataques de Bia, soube muito bem usar suas variações defensivas e levou a melhor para abrir 1 set a 0 no placar.

O peso de deixar escapar tantas chances na parcial inicial atrapalhou o rendimento da brasileira no começo do segundo set, principalmente após amargar quebra no primeiro game e perder dois break-points no segundo, em dois games longos e muito disputados. A situação ficou ainda mais complicada quando Sorribes abriu 3/0 e saque, com a espanhola mostrando consistência incrível, errando pouco e se defendendo como ninguém.

Porém, mesmo no buraco, a número 1 do Brasil e 14 do mundo não desistiu e seguiu lutando. Bia conseguiu encaixar um pouco mais seu jogo e pouco a pouco foi se recuperando. Ela devolveu o primeiro break no quarto game e então foi crescendo de novo, buscou o empate por 3/3, salvou um break-point no sétimo e partiu para uma espetacular arrancada de seis games seguidos, anotando mais uma quebra para sair de 0/3 para 6/3 e assim forçar o terceiro set.

Vivendo melhor momento, Bia começou muito bem na parcial final e anotou uma quebra de zero. Contudo, a espanhola devolveu em seguida e se manteve no jogo. Após perder um break-point no terceiro, a paulista anotou uma importantíssima quebra no quinto. Ela se manteve na frente até a reta final, perdeu três match-points no nono game, no saque da rival, e na sequência acabou quebrada ao sacar para o jogo.

A resiliência da brasileira se provou mais uma vez, com ela aguentando bem as chances perdidas para dar a volta por cima no fim. Com novo break no 11º game, ela voltou a sacar para o jogo e desta vez fechou no primeiro match-point que teve, o quarto no geral. Bem mais agressiva durante o jogo todo, Bia anotou 30 winners a mais (65 a 35) e cometeu 34 erros não forçados a mais (65 a 31).

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