Buenos Aires (Argentina) - O argentino Juan Martín del Potro reforçou sua vontade de se despedir do circuito com uma última apresentação no US Open deste ano. Campeão do torneio em 2009, quebrando uma sequência de títulos de Roger Federer ao bater o suíço na final, ele lamenta que o físico impediu uma longevidade maior e admite frustração por isso.
"A dor afeta a vida cotidiana. Hoje não tenho uma vida super feliz porque vejo Roland Garros e quero jogar, mas tenho que ouvir o meu físico e aceitar que o corpo me faz procurar outro caminho na vida", refletiu Del Potro em entrevista ao Página/12, na qual falou sobre a possibilidade de dar um adeus definitivo em Flushing Meadows.
“Com o US Open, tenho um desejo interno que é pisar na quadra pela última vez e fazer um jogo digno Porém, minha saúde me envia mensagens que não são compatíveis com esse desejo. Se daqui a um mês meu corpo me disser que não consigo, que escolho outra forma de encerrar minha carreira, vou ouvi-lo., mas todos os dias eu me levanto para realizar esse meu desejo", falou o argentino.
Delpo realmente vislumbra uma última oportunidade de competir. “Minha carreira no tênis não está 100% fechada, com chave e cadeado. Em certos momentos do dia me sinto como um jogador de tênis ativo. Não assisto a vídeos como tenista aposentado. Nas minhas redes sociais diz 'tenista'. E eu quero manter isso”, disse o ex-número 3 do mundo.
Entre as lamentações de Del Potro está o fato de não ter conseguido uma sequência final de partidas. “A vida colocou isso no meu caminho e eu não posso fazer um processo como o de (Rafael) Nadal , por exemplo, que anunciou que a próxima será sua última temporada. Eu era o número 3 do mundo, caí, quebrei o joelho e ainda converso com os médicos para ver como posso me curar”, comentou.
“Tenho raiva, sinto-me aborrecido e me pergunto: ‘por quê?’. E aí acontece o contrário e eu penso: 'por que não eu?'. Eu sou comum: há muitos atletas que sofrem. Nunca tive problemas para vencer os melhores, meu problema era curar meu punho. Não tive medo de jogar contra os melhores. Meu propósito sempre foi me reinventar para ir atrás do impossível”, complementou.