Londres (Inglaterra) - Com seu humor e irreverência peculiares, Andy Murray foi à entrevista oficial que antecede Wimbledon onde um dos assuntos principais foram sua possível aposentadoria. O escocês no entanto reafirmou que procura se preparar para isso, mas que não tem qualquer previsão. E ainda avisa: este não deverá ser seu último Wimbledon.
Logo de início, Murray foi lembrado que, na última vez que enfrentou e vencer um compatriota na rodada de estreia do torneio, chegou ao título, o que aconteceu em 2016. "Ótimo. Vamos começar a comemorar agora?", brincou, para depois dizer que conhece muito bem o canhoto Ryan Peniston, de 27 anos e número 267 do mundo, que chegou às quartas de final no Queen's há um ano.
“Treinamos bastante juntos. Ele obviamente gosta de jogar na grama e já teve algumas boas vitórias na superfície. Canhoto, se mexe muito bem. Preciso estar pronto para isso".
Murray tem em mente que precisa evitar jogos longos nas primeiras rodadas, caso queira ter chance de ir longe num Slam. "Na Austrália, não foi bom para mim disputar maratonas", sintetizou o bicampeão, que novamente não conseguiu entrar como cabeça de chave num Slam. “Poderia me esforçar provavelmente até o quadril terminar, mas eu realmente não quero".
Quando o assunto mudou para a aposentadoria, ele diz que ainda não existe um plano determinado. “Quero terminar do meu jeito, enquanto estiver em forma e saudável e ainda competindo em bom nível. Não quero que seja por uma lesão, embora você não possa controlar isso totalmente. Sinto que ainda tenho um período de tempo e que posso me dedicar ao trabalho físico e ao treinamento para me permitir ainda atuar no mais alto nível.” E aí emendou: “Mas isso não pode durar para sempre, infelizmente.”
Murray afirmou que não tem planos de anunciar a data de aposentadoria com meses de antecedência, porém admitiu que tem “uma ideia na cabeça” quando gostaria de parar. “Quero jogar o máximo que puder enquanto me sinto bem fisicamente e competitivo. Com base em como meus últimos cinco ou seis anos foram, estou ciente de que as coisas podem mudar muito rapidamente. Estou mantendo a mente aberta para isso."
Aos 36 anos, ele o que consideraria como bom resultado neste Wimbledon? “Muito disso se resume ao seu desempenho”, argumentou. “É possível jogar mal e chegar às quartas de final. Mas se eu jogasse contra Novak (Djokovic) na segunda rodada e perdesse em cinco sets, não sairia muito desapontado", exemplificou.
E aí aproveitou para mais uma brincadeira. “Não pretendo parar depois de vencer o torneio aqui”.