Londres (Inglaterra) - Finalista de Wimbledon depois de eliminar quatro cabeças de chave, Marketa Vondrousova ficou surpresa com a grande campanha que fez em Wimbledon. A tcheca de 24 anos nunca havia passado da segunda rodada do Grand Slam londrino e não se sentia tão à vontade jogando na grama. Ao longo dos seis jogos da semana, ganhou confiança no piso de disputará sua segunda final de Slam.
"A grama era impossível para mim, porque eu não havia disputado muitas partidas aqui antes", disse Vondrousova. "Meu melhor resultado era a segunda rodada. Se fosse no saibro ou na quadra dura, talvez eu dissesse que fosse possível. É ainda mais louco que isso esteja acontecendo", disse Vondrousova na entrevista coletiva desta quinta-feira em Londres, após a vitória sobre a ucraniana Elina Svitolina na semifinal por duplo 6/3. "Foi um jogo louco e muito difícil hoje. Ela estava atrás e começou a voltar, jogando um bom tênis. Estou muito feliz por ter mantido o foco e também com a forma como terminei a partida".
"Quando eu vi a chave, não foi fácil. Eu pensei, 'Vamos tentar'. Então eu venci a [Veronika] Kudermetova e a [Donna] Vekic na primeira semana. Elas são ótimas na grama. Eu pensei, 'Ok, talvez eu melhore e possa fazer algo grande aqui'. No tênis tudo é possível", acrescentou a canhota de 24 anos, que também passou por Marie Bouzkova nas oitavas e Jessica Pegula nas quartas.
Vondrousova já esteve em uma final de Grand Slam em 2019, quando foi vice de Roland Garros. Na época, a canhota tcheca chegou ao top 15 do ranking, mas desde então passou por duas cirurgias no punho. "Acho que a experiência pode me ajudar em momentos difíceis. Já passei por isso. Uma vez eu era muito jovem, então era demais para mim naquela época. Sou um pouco mais velha agora também, uma pessoa um pouco diferente e tenho boas pessoas ao meu redor. Estou muito feliz por passar por isso novamente".
"Nem sempre é fácil voltar de lesão, ainda mais depois de duas cirurgias. Você não sabe se vai poder jogar neste nível e se pode voltar a esses torneios. Sou apenas grata por estar em quadra novamente e jogando sem dor. Sou muito grata por isso", complementou a atual 42ª do ranking, que está voltando ao top 20 com a boa campanha.
Duelo com Jabeur na final de sábado
Na final de sábado às 10h (de Brasília), Vondrousova enfrenta a tunisiana Ons Jabeur, número 6 do ranking e que disputa a segunda final seguida em Wimbledon. O histórico de confrontos está empatado por 3 a 3, mas a tcheca venceu os dois duelos da atual temporada, no Australian Open e também em Indian Wells. "Sinto que somos iguais em algumas coisas. Usamos muitos slices e dropshots. Mas já jogamos algumas vezes este ano. Deveríamos jogar em Eastbourne também na primeira rodada, mas desisti do tonreio. Sei que ela jogou a final aqui no ano passado e também no US Open. Ela está acostumada a jogar finais de Grand Slam. Então vai ser uma partida difícil".
Apoio de outras jogadoras tchecas
A grande campanha de Vondrousova também confirma o momento do tênis feminino tcheco, que terá mais uma finalista de Slam neste ano. Em Roland Garros, Karolina Muchova foi superada pela número 1 do mundo Iga Swiatek em três sets na final. "Eu conversei com a Barbora Krejcikova antes da partida. Ela está aqui. Mandei uma mensagem também para Karolina Muchova. Somos do mesmo clube. Também conversei com ela quando chegou à final de Roland Garros. Foi muito triste quando ela perdeu. Na República Tcheca, temos muitos grandes jogadoras e sempre nos apoiamos uma a outra. É incrível que possamos ter tanto sucesso. É muito bom ver".