Lausanne (Suíça) - Um dos grandes responsáveis pela carreira de sucesso de Roger Federer, o técnico Severin Luthi não se animou a seguir no tênis profissional. Em entrevista ao diário Blick, ele revelou que recebeu propostas mas não se animou e que, por enquanto, prefere limitar seu trabalho ao time da Copa Davis. Aproveitou para elogiar o espanhol Carlos Alcaraz e previu muitos títulos de Grand Slam para o atual número 1.
“Desde os últimos anos da carreira de Roger eu já me preparava para o que poderia acontecer após sua aposentadoria", contou Luthi, afirmando que fez desenvolveu várias atividades fora do tênis. Ainda estou em fase de 'prospecção'. Meu trabalho como capitão da Davis ocupa boa parte do ano, mas também tenho investido parte do meu tempo trabalhando em um banco online, o Flowbank. Existem alguns projetos, com parceiros e patrocinadores, nos quais estou trabalhando como conselheiro. Não quero ficar sobrecarregado".
Ele revelou ter recebido convites de outros tenistas. "Um pouco antes do fim da carreira do Roger, comecei a receber propostas para treinar outros jogadores, alguns nomes eram muito interessantes, mas estou feliz por não ter aceitado. Não estava preparado para voltar ao circuito com outro jogador tão cedo. Claro que é algo que não quero descartar, mas deve ser uma boa pessoa, que se encaixe com você como pessoa. Ter muita vontade de aprender, aiba ouvir e entender. No momento, porém, estou mais focado na família".
Luthi só viu trechos da final de Wimbledon e faz previsões muito otimistas para Alcaraz. "Estava viajando e só vi pedaços no aeroporto. Adoro ver Carlos jogar, ele atua de muitas maneiras diferentes. Adoro sua energia. Ainda tem altos e baixos em seu serviço, mas é claro que ele é um jogador muito completo.
Tem tudo para vencer muitos Grand Slam, mas não sabemos o que pode acontecer em dois anos, já que pode acontecer uma lesão ou aparecer alguém que achamos ainda mais incrível. Não podemos avaliar tão cedo. No esporte sempre vivemos o momento. E eu também nunca fui muito bom de previsões. Dizia que ninguém igualaria os 14 Slam de Pete Sampras, mas já temos três com 20 ou mais".
O treinador ainda falou sobre seu contato atual com Federer e se diz feliz por vê-lo curtindo a aposentadoria. "Nossa contato é irregular, ele ainda viaja muito. Me perguntou se eu queria me juntar a ele no Royal Box em Wimbledon e há várias coisas que ainda nos conectam, como a Laver Cup. Federer está curtindo a vida após a aposentadoria, sempre foi um campeão em tirar o melhor proveito de qualquer situação. É uma pessoa muito positiva e agora pode se concentrar na sua família, sua Fundação, seus patrocinadores. Não tem mais o estresse do circuito e tenho certeza que ele aprecia isso. O tênis foi nunca foi um problema para ele: poderia ter jogado até os 100 anos se pudesse".
Por fim, Luthi se diz admirado com o esforço de Stan Wawrinka em seguir a carreira. "Seus êxitos não me surpreende, porque sei todo o trabalho que ele faz para estar em quadra. Ele vive do tênis, tem muita energia, uma paixão incrível. É absolutamente fascinante. Caso se mantenha saudável, pode voltar aos títulos, mas acho muito difícil que seja de Slam. Porém, nunca vou descartá-lo, já mostrou que é capaz".