
O carioca de 16 anos João Fonseca foi o juvenil brasileiro que mais se destacou na última temporada
Uma nova temporada do tênis internacional se inicia na próxima semana, com os principais nomes do circuito atuando na Austrália. E pelo sexto ano seguido, TenisBrasil apresenta a lista de jovens jogadores para acompanhar no próximo ano.
Em um cenário de renovação constante e que foi consolidado na última temporada, com Iga Swiatek e Carlos Alcaraz liderando os rankings da WTA e da ATP com pouca idade, além de nomes como Coco Gauff, Leylah Fernandez, Holger Rune e Jannik Sinner já postulantes aos principais títulos, a prioridade desta vez está para jogadores com potencial para surpreender e evoluir.
Foram escolhidos desta vez 13 nomes que se destacaram em torneios juvenis ou nas competições intermediárias do circuito profissional ao longo das duas últimas temporadas e que buscam um próximo passo em suas carreiras, visando o tênis de alto nível.
+ Quem são os jovens tenistas para assistir em 2022
+ Confira 15 jovens tenistas para assistir em 2021
+ Dez jovens tenistas para assistir em 2020
+ Dez jovens que podem surpreender em 2019
+ Dez jovens que podem surpreender em 2018
João Fonseca (16 anos, 831º da ATP)
Juvenil brasileiro que mais se destacou na última temporada, João Fonseca foi peça chave para a inédita conquista da Copa Davis Júnior em novembro, tendo vencido todos os seis jogos de simples e dois de duplas que disputou defendendo a equipe nacional. O carioca de 16 anos também participou de três Grand Slam como juvenil, Roland Garros, Wimbledon e US Open. Na reta final da temporada, teve suas primeiras experiências no tênis profissional e apresentou bom desempenho, ao acumular 20 pontos na ATP em apenas três torneios e chegar ao 831º lugar do ranking.
Tenista de jogo agressivo e de golpes potentes, Fonseca certamente receberá oportunidades em torneios no Brasil ao longo da próxima temporada. Ele também atuará nos principais eventos do circuito juvenil, especialmente os Grand Slam e torneios mais fortes de nível J1 e JA. Acompanhado de perto pelo ex-jogador profissional André Sá, Fonseca ainda tem muito a evoluir nesse período de transição.
Linda e Brenda Fruhvirtova (17 e 15 anos, 78ª e 130ª da WTA)
Indicada como uma das revelações da temporada da WTA, Linda Fruhvirtova já fez uma boa temporada de estreia na elite do circuito, conquistou seu primeiro título aos 17 anos em Chennai e saltou do 279º para o atual 78º lugar. Ela também fez grande campanha em Miami, onde venceu Elise Mertens e Victoria Azarenka no caminho até as oitavas, e disputou seu primeiro Grand Slam como profissional no US Open. A tcheca furou o quali e ainda avançou uma rodada na chave principal.
Sua irmã mais nova, Brenda Fruhvirtova, tem apenas 15 anos. E embora seja uma jogadora muito nova e com idade para disputar competições do juvenil, já começa a se destacar no tênis profissional. Em 2022, ela acumulou 52 vitórias e oito títulos de ITF, cinco deles seguidos. Com isso, a tenista que era apenas a 1.093ª do mundo no fim de 2021, já aparece na 130ª posição no ranking da WTA. No início do ano que vem, Brenda já terá a oportunidade de jogar um quali de Grand Slam na Austrália.
Qinwen Zheng (19 anos, 27ª da WTA)
Eleita a novata do ano na votação promovida pela WTA entre jornalistas de todo o mundo, Qinwen Zheng começou o ano como 126ª do mundo e termina no top 30. A chinesa de 20 anos é a atual 27ª do ranking e fez boas campanhas ao longo do ano, como a final em Tóquio, a semifinal no WTA de Melbourne, as oitavas em Roland Garros (sendo a única tenista a tirar um set da número 1 Iga Swiatek) e as quartas em Toronto. Ela conseguiu grandes vitórias como jogadoras do porte de Ons Jabeur, Paula Badosa e Garbiñe Muguruza. Falta um título na elite do circuito, mas parece ser questão de tempo.
Ben Shelton (20 anos, 96º da ATP)
Com três títulos de nível challenger na reta final de 2022, o canhoto Ben Shelton conseguiu chegar ao top 100 e garantir vaga na chave principal do Australian Open. O jovem norte-americano de 20 anos era apenas o 573º do ranking em janeiro e termina o ano já na 96ª colocação, com direito a 15 vitórias seguidas nos challengers Charlottesville, Knoxville e Champaign. Depois de se destacar no tênis universitário dos Estados Unidos, conquistando o título nacional em maio, Shelton iniciou a transição para o circuito profissional. Sua temporada em eventos challenger foi de 35 vitórias e apenas oito derrotas. Além dos três títulos, chegou a mais três finais. Ele também teve suas primeiras oportunidades em torneios da ATP e conseguiu até vencer o top 5 norueguês Casper Ruud em Cincinnati.
Linda Noskova (18 anos, 102ª da WTA)
É inegável que a República Tcheca se tornou uma fábrica de tenistas nos últimos anos. E outro excelente nome para acompanhar em 2023 é Linda Noskova, de 17 anos e 102ª do mundo. Campeã juvenil de Roland Garros no ano passado, Noskova disputou neste ano seus dois primeiros Grand Slam como profissional, furando os qualis em Paris e também no US Open. Ela chegou a entrar no top 100 e ocupar o 87º lugar em agosto. No início do ano, era apenas a 317ª do ranking profissional. Na Austrália, em 2023, novamente terá que jogar o quali em busca de mais uma participação em chave principal de Slam.
Luca Van Assche (18 anos, 137º da ATP)
Francês de 18 anos e muito próximo de entrar no top 100, Luca Van Assche terminou a temporada com a conquista de seu primeiro challenger, no saibro português. E pouco antes disputou outras três finais de challenger entre setembro e novembro. Com isso, o tenista que começou o ano fora do top 500 já ocupa a 137ª colocação. Campeão juvenil de Roland Garros em 2021, o francês também deve se aproveitar dos vários torneios de nível ATP que o país recebe ao longo de toda a temporada para ser testado nos grandes palcos contra jogadores de alto nível. É muito provável, por exemplo, que ele receba convite para a chave do Grand Slam parisiense.
️ “My goal is to continue like how I ended the year, with a lot of confidence” 18-year-old Luca Van Assche is one of nine teenage #ATPChallenger champions this year and the youngest French player in the Top 200 Read more ⬇️
— ATP Challenger Tour (@ATPChallenger) December 10, 2022
Alycia Parks (21 anos, 76ª da WTA)
Destaque na reta final de 2022, a norte-americana Alycia Parks terminou a temporada com dez vitórias seguidas e títulos dos WTA 125 de Andorra e também de Angers, na França. Pouco antes, foi semifinalista de um ITF em Valência, na Espanha. Com isso, venceu 13 dos últimos 14 jogos que disputou. Ela era 150ª do mundo no início de novembro e termina o ano como 78ª do ranking. Outra campanha de destaque para Parks foi no WTA 500 de Ostrava, onde furou o quali e derrotou duas top 20, Karolina Pliskova e Maria Sakkari e só parou diante da campeã Barbora Krejcikova nas quartas. Parks não conseguiu uma vaga direta no Australian Open de 2023, porque a lista de inscrições fechou antes dessa série de vitórias no fim do ano, mas se não receber convite ainda deve entrar no quali como favorita.
Dominic Stricker (20 anos, 118º da ATP)
Principal esperança de renovação para o tênis masculino da Suíça, o canhoto Dominic Stricker é um sério postulante a uma vaga no top 100. Dois de seus três títulos de challenger foram conquistados na última temporada, em Cleveland e Zug, além de ter alcançado uma final em Columbus. O jovem jogador de 20 anos era apenas o 246º do ranking no início de 2022 e aproveitou bem as oportunidades que teve em torneios de primeira linha, vencendo jogos no saibro de Gstaad, na grama de Stuttgart e nas quadras cobertas da Basileia e Antuérpia. Seu próximo objetivo é disputar uma chave principal de Grand Slam pela primeira vez.
Diana Shnaider (18 anos, 111ª da WTA)
Outra jovem jogadora que terminou a temporada jogando muito bem é a russa Diana Shnaider, canhota de 18 anos e 111ª do ranking. Ela se destacou no saibro sul-americano em novembro deste ano, conquistando o título do WTA 125 de Montevidéu e chegando às quartas em Buenos Aires e também no ITF chileno de Colina. Ex-número 2 juvenil, Shnaider era apenas a 875ª do ranking profissional no início da temporada.
Gilles Arnaud Bailly (17 anos, número 2 do ranking juvenil da ITF)
Atual número 1 do ranking mundial juvenil da Federação Internacional, o belga Gilles Arnaud Bailly conquistou três títulos em sua categoria na última temporada, com destaque para o Europeu Individual, disputado em Klosters, na Suíça. Ele também disputou duas finais de Grand Slam como juvenil, ficando com o vice em Roland Garros e no US Open. Apesar da pouca experiência no tênis profissional, recebeu convite para o ATP 250 da Antuérpia e fez boa partida contra o veterano e ex-top 10 David Goffin. Bailly é um dos jogadores que pode se beneficiar do novo programa de transição elaborado pela ITF e pela ATP que vai oferecer vagas em até oito chaves de challenger para os melhores juvenis do ano anterior. Se ele souber aproveitar as oportunidades e ter bons resultados, poderá cortar bastante caminho na busca pelo alto nível.
ATP Challenger ITF Juniors In 2023, we’re strengthening the professional pathway for the world’s top juniors, with the introduction of the Accelerator Programme. — ATP Challenger Tour (@ATPChallenger) December 12, 2022
Alexandra Eala (17 anos, 215ª da WTA)
Canhota de 17 anos, a filipina Alexandra Eala colocou seu país no mapa do tênis ao conquistar o torneio juvenil do US Open. Atleta da Rafa Nadal Academy, Eala já tem dois títulos como profissional na ITF, um deles justamente em Manacor no início do ano passado. A filipina também tem vitória em chave principal da WTA, no saibro de Cluj-Napoca, na Romênia, ainda em 2021. Em fase de transição para o tênis profissional, saltou do 529º para o 215º lugar do ranking ao longo deste ano.
Martin Landaluce (16 anos, número 2 do ranking juvenil da ITF)
Com apenas 16 anos, o espanhol Martin Landaluce é o vice-líder do ranking juvenil e conquistou seis títulos na última temporada. Ele se destacou em todos os pisos, ao vencer eventos ITF J1 no saibro e na grama, além de ser campeão do US Open de sua categoria. Assim como acontecerá com Bailly, Landaluce também irá se beneficiar do novo modelo de transição do circuito e poderá jogar os challengers. Além disso, o espanhol é pupilo da Rafa Nadal Academy, o que certamente também abrirá portas em grandes eventos para ele.
Mientras tanto, @rafaelnadal se entrena en la @rnadalacademy junto al juvenil Martín Landaluce ¿Ganas de ver a Rafa en 2023? pic.twitter.com/0T2QLj2zPs — ATP Tour en Español (@ATPTour_ES) December 20, 2022